Síndrome da fome oculta
Uma em cada quatro pessoas sofre da Síndrome da Fome Oculta (SFO), segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). E o fato de ela ser classificada como “oculta” tem justificativa: devido ao baixo consumo ou mau aproveitamento dos nutrientes pelo organismo, a SFO vai minando a beleza e a saúde aos poucos, sem fazer grande alarde. Na maioria dos casos, a vítima só começa a desconfiar que alguma coisa está errada quando os estragos já são visíveis. Os mais comuns são: pele opaca e sem vida, devido à má oxigenação do sangue; predisposição a rugas e flacidez, ocasionadas por alterações na formação de colágeno; cabelo sem brilho e em queda livre; e unhas manchadas e quebradiças pela ausência de vitaminas e minerais em geral. “Também é comum a mulher se queixar de cansaço, fraqueza, palpitação, câimbras, dores musculares, diminuição da concentração e sangramento vaginal”, afirma a nutricionista Roseli Rossi.
Em meio a esse desequilíbrio todo, a saciedade acaba prejudicada e a fome vai se tornando cada vez mais constante.
Tudo porque o organismo, espertinho, envia um pedido de socorro ao cérebro dizendo que precisa de vitaminas e minerais para recuperar o equilíbrio. O cérebro mais do que depressa manda um sinal de fome para que você coma e, com isso, dê ao organismo os tais nutrientes de que ele precisa. Diante desse alerta, é comum a gente partir para itens que matem a fome a jato, caso dos carboidratos refinados, que, apesar de digeridos mais rapidamente, são pobres em nutrientes. Por isso, não demora para que o cérebro envie outros sinais de fome, fazendo comer de novo e de novo, num ciclo vicioso. Mesmo causando tanta confusão, a SFO não é classificada como doença. “Ela é uma denominação para a condição de quem tem carência de nutrientes”, diz a nutricionista Anita Sachs, professora da disciplina de nutrição do Departamento de Medicina Preventiva da Universidade Federal Paulista.
Qual o tratamento?
Quando o médico desconfia que alguém tem a SFO, começa a buscar as causas das deficiências. “Deve ser feito um histórico alimentar, com base nas lembranças da paciente, e uma avaliação clínica com exames bioquímicos, como os de sangue, e antropométricos, que é a medida da composição corporal”, diz Anita Sachs. O passo seguinte inclui a adoção de um cardápio balanceado e de suplementos para reequilibrar o organismo. Mas, atenção: nada de comprar todos os suplementos que encontrar pela frente. Consulte um especialista. Fazendo o tratamento adequado, em pouco tempo sua fome volta ao normal e emagrecer ou manter o peso se torna mais fácil.