Obesidade é doença, não falta de esforço: Entenda por que isso importa

A obesidade é classificada como uma doença crônica de origem multifatorial, reconhecida por instituições como a Organização Mundial da Saúde (OMS). Sua definição vai além do excesso de peso: envolve alterações hormonais, genéticas, metabólicas e comportamentais que afetam diretamente a saúde e a qualidade de vida.

Mesmo com evidências científicas claras sobre suas causas e consequências, a obesidade ainda é cercada por estigmas. A ideia de que ela é resultado de escolhas individuais desconsidera a complexidade do quadro clínico e pode dificultar o acesso ao diagnóstico, ao tratamento e ao acompanhamento adequado.

A obesidade como uma condição médica crônica

A obesidade é uma doença crônica, progressiva e multifatorial. Isso significa que ela não desaparece sozinha, tende a piorar com o tempo e tem causas variadas — desde genéticas e metabólicas até comportamentais, sociais e hormonais.

Tratar a obesidade como falha de caráter é desconsiderar toda essa complexidade. Pessoas com obesidade podem comer corretamente, praticar atividade física e ainda assim não alcançar os resultados desejados — porque o problema vai além da força de vontade.

Preconceito e julgamento: um peso adicional

Mais do que uma condição clínica, a obesidade ainda está cercada por estigmas sociais que dificultam o enfrentamento da doença. De acordo com um levantamento da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), 85% das pessoas com obesidade já passaram por algum tipo de constrangimento devido ao excesso de peso. Entre elas, mais da metade relatou sofrer discriminação pelo menos uma vez ao mês.

Expressões comuns como “é só fechar a boca” ilustram a forma simplista com que a obesidade ainda é tratada.

“Mas tal pessoa emagreceu, por que você não consegue?”

Essa comparação é comum, mas também é injusta. Cada organismo responde de forma diferente a dietas, exercícios ou medicamentos. Há pessoas que, mesmo com alimentação equilibrada e rotina ativa, não conseguem emagrecer devido a desequilíbrios hormonais, genéticos ou metabólicos.

Além disso, existe a influência do ambiente em que a pessoa vive, da sua saúde mental, do sono, do estresse, dos hábitos familiares e até mesmo da história de vida. Dizer que todos devem emagrecer da mesma forma é desconsiderar a individualidade biológica e social de cada um.

Fatores que contribuem para a obesidade

É essencial entender que a obesidade não tem uma única causa. Alguns dos fatores mais comuns incluem:

  • Genética: Algumas pessoas nascem com predisposição ao ganho de peso, metabolismo lento e tendência a acumular gordura.
  • Hormônios: Desequilíbrios hormonais como hipotireoidismo, resistência à insulina ou excesso de cortisol impactam diretamente o peso.
  • Medicações: Certos remédios, como antidepressivos, antipsicóticos ou corticoides, podem causar ganho de peso.
  • Sono e estresse: Dormir mal e viver sob pressão constante aumenta os níveis de hormônios da fome e reduz os da saciedade.
  • Alimentação e ambiente: Vivemos em um mundo que facilita o consumo de alimentos ultraprocessados e dificulta escolhas saudáveis.
  • Histórico emocional: Transtornos como ansiedade e compulsão alimentar contribuem para ciclos de ganho e perda de peso.

Obesidade não é culpa — é responsabilidade de todos

Dizer que obesidade é doença não significa tirar a responsabilidade do indivíduo. Significa reconhecer que ele precisa de apoio profissional e estratégias eficazes para lidar com uma condição real, que demanda acompanhamento e cuidado.

A responsabilidade também é coletiva: políticas públicas, ambiente urbano adequado, acesso à informação, apoio psicológico e tratamentos seguros devem fazer parte da solução.

Tratamentos modernos exigem empatia

Hoje, contamos com recursos avançados para tratar a obesidade. Medicamentos como Ozempic, Mounjaro e outros análogos de GLP‑1 oferecem resultados expressivos — mas precisam ser usados com acompanhamento médico e avaliação criteriosa.

Além disso, o tratamento eficaz deve envolver uma equipe multidisciplinar: médicos, nutricionistas, psicólogos e educadores físicos. Juntos, é possível buscar saúde e bem-estar reais.

O que diz a Dra. Danielli Orletti?

Em entrevista ao Podcast da Farmadelivery, a médica Dra. Danielli Orletti, especialista em Nutrologia e Medicina do Estilo de Vida, destacou um ponto essencial:

“A pessoa com obesidade não escolheu estar com obesidade. Assim como uma pessoa com câncer ou com uma doença genética rara não escolheu estar naquela condição. Essa visão preconceituosa precisa acabar.”

A médica ressalta que o paciente com obesidade geralmente é quem mais tenta emagrecer. Por isso, precisa ser acolhido, compreendido e orientado com respeito — não julgado.

Como promover uma nova visão sobre a obesidade

  • Educação: Levar informação de qualidade à população sobre as causas da obesidade ajuda a reduzir o preconceito.
  • Empatia: Olhar para o outro sem julgamento e com real interesse em entender sua história faz toda a diferença.
  • Apoio profissional: Incentivar o tratamento adequado, com uma abordagem centrada na saúde e não apenas no peso.
  • Mudança social: Criar espaços inclusivos, promover políticas públicas e combater a cultura da gordofobia.

Quer saber mais? Assista ao podcast completo com a Dra. Danielli Orletti

Quer aprofundar ainda mais esse olhar sobre a obesidade como doença crônica, tratável e sem espaço para preconceitos? Assista ao episódio completo do Podcast Farmadelivery com a Dra. Danielli Orletti, disponível no canal da Farmadelivery no YouTube.

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