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Descobri que meu filho tem diabetes tipo 1, e agora?

O Diabetes Tipo1 é uma doença que acomete principalmente crianças e adolescentes e possui um tratamento bem estabelecido, que deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar, composta por um endocrinologista com atuação na área pediátrica, nutricionista e psicólogo em alguns casos. O tratamento deve ser adequado às necessidades de cada paciente e requer o envolvi-mento dos pais e cuidadores, pois mudará toda a rotina desta família.

É importante que os pais e a própria criança, dependendo da idade, tenham informações sobre a doença e saibam como agir em situações de hiperglicemia (açúcar alto no sangue) ou hipoglicemia (açúcar baixo no sangue) e aprendam a fazer a monitorização das glicemias capilares (medidas nas pontas dos dedos) para ajustar as doses de insulina.

Neste tipo de diabetes, a criança necessita de aplicações diárias de insulina no subcutâneo, através de seringas ou canetas aplicadoras de insulina, geralmente mais de uma vez ao dia (tratamento intensivo). Os locais corretos de aplicação e a maneira adequada de aplicação devem ser ensinados para a família, bem como o rodízio destes locais, para que ocorra uma boa absorção da insulina. Esta fase de aprendizado da família é muito importante para o sucesso do tratamento.

No primeiro ano após o diagnóstico, há o período denominado “lua de mel”, quando a quantidade de insulina injetada necessária é pequena, porque há ainda uma certa produção de insulina pelo pâncreas dos diabéticos, mas esta produção acaba em torno de um ano após o diagnóstico, sendo necessário o aumento das doses de insulina injetada.

Estudos mostram que o tratamento intensivo do diabetes tipo 1 diminui os riscos de complicações oculares em 53% e das complicações renais em 55%.
Além da insulinoterapia, outro pilar importante do tratamento é a alimentação. A nutricionista elabora o cardápio de acordo com as necessidades calóricas diárias do paciente, levando em conta o nível de atividade física desta criança ou adolescente. A dieta deve ser fracionada, a cada 3 horas aproximadamente, sendo 3 refeições maiores e 3 lanches nos intervalos. O consumo excessivo de carboidratos simples (como o açúcar refinado) deve ser evitado, pois pode provocar a descompensação da doença e até internação do paciente para compensá-lo.

A atividade física deve ser estimulada nestes pacientes, pois há uma melhora da sensibilidade á insulina, com possibilidades de diminuição da dose total diária de insulina em 20 a 40%.
Sabe-se que o tratamento do diabetes tipo 1 é complexo e exige muita disciplina por parte do paciente e seus familiares, mas o bom controle (com o mínimo de baixas e altas glicemias) proporciona um crescimento e desenvolvimento intelectual normal para os portadores de diabetes tipo 1.

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