Como cuidar da saúde íntima feminina
A higiene íntima é algo que merece muita atenção, principalmente das mulheres. Por ser relativamente mais exposta, a vagina requer cuidados redobrados até mesmo para que não haja uma limpeza excessiva. E não para por aí: alguns hábitos podem contribuir para a proliferação de bactérias e devem ser evitados sempre que possível. Engana-se quem pensa que para cuidar da saúde íntima feminina é preciso apenas higiene.
Ficar muito tempo com o biquíni molhado, não trocar o absorvente durante o dia, fazer duchas vaginais ou usar sabonetes bactericidas na região, são exemplos de situações que acabam alterando a barreira de proteção natural da região e contribuindo para doenças.
Para tirar todas as suas dúvidas e lhe ensinar como cuidar da saúde íntima feminina corretamente, separamos algumas dicas e tópicos que vão lhe guiar nesse processo. Acompanhe.
Como fazer uma higiene adequada para cuidar da saúde íntima feminina?
Existem diversos fatores que podem afetar o pH da pele, sendo desde fatores naturais (transpiração, umidade, sebo, predisposição genética, idade e local anatômico), até fatores externos (aplicação de produtos cosméticos, antibióticos, detergentes e sabonetes muito agressivos e roupas muito apertadas).
Na área genital não é diferente. Por isso, é muito importante que você lave corretamente a região íntima, já que o banho permite remover resíduos e secreções naturais que são muito importantes para a saúde da mulher, mas que devem ser eliminadas no final do dia.
Em condições normais, a água não é capaz de remover impurezas como partículas sólidas de restos de papel higiênico e gordura. Produtos específicos facilitam a remoção de partículas microscópicas, células mortas de pele e resíduos de sangue menstrual ou urina.
Por outro lado, produtos que não são indicados para essa finalidade acabam removendo a camada lipídica em excesso, prejudicando a saúde íntima feminina.
Sabonetes íntimos
A grande maioria das mulheres ainda usam para a higiene íntima o mesmo sabonete em barra usado para o resto do corpo. Esse hábito pode acabar prejudicando a região genital, já que os sabonetes comuns contém um pH alcalino que destrói a camada superficial de gordura da pele, causando secura excessiva e diminuindo a acidez na pele da vulva e região adjacente.
Já no caso dos sabonetes transparentes como os de glicerina, por exemplo, acabam absorvendo a água da pele mais do que o indicado, causando irritação cutânea e ressecamento ainda maiores. Além do mais, o sabonete em barra tem maior probabilidade de ser compartilhado com outras pessoas da casa, aumentando o risco de contaminações.
O mais indicado para cuidar da saúde íntima feminina são os sabonetes íntimos. Além de limpar da maneira ideal a região, ajudam a neutralizar o pH vaginal.
Na hora de lavar a área não há necessidade de usar quantidades muito grandes do produto. Faça movimentos circulares e suaves sem esfregar, e enxágue com bastante água para garantir que não fique nenhum resíduo do sabonete. Em seguida, seque com uma toalha de algodão limpa e macia.
É recomendado usar lenços umedecidos?
Geralmente, os lenços umedecidos possuem uma base celulósica embebida em detergentes suaves que recebe uma adição de produtos amaciadores, fragrâncias etc. Embora o uso abusivo do produto seja prejudicial à saúde íntima feminina, os lenços umedecidos são excelentes opções para realizar a higiene vaginal fora de casa, em sanitários públicos e até mesmo durante o período menstrual.
Isso porque, durante esse período, a vagina deve receber uma higiene mais intensa, já que o sangue pode causar uma proliferação de bactérias que não são retiradas corretamente e com facilidade com o papel higiênico.
O papel higiênico é prejudicial para a vagina?
Muitos ginecologistas aconselham a trocar o uso do papel higiênico pela água corrente na hora da limpeza. Afinal, papéis higiênicos que têm fragrâncias, relevos ou cores são tratados quimicamente e recebem uma dose maior de componentes nocivos. Ou seja, devem ser evitados, dando preferência aos normais quando forem usados.
Lembre-se, também, que a limpeza deve ser feita de frente para trás, evitando a contaminação do canal vaginal com os micro-organismos e impurezas do ânus.
Outro problema do papel higiênico é que, naturalmente, alguns resíduos acabam ficando na região da vagina após a limpeza. O que demanda uma higiene maior na hora do banho para tirar quaisquer resquícios da vulva.
Cuidados com roupas íntimas
Calcinhas justas e de tecidos sintéticos, e até mesmo calças muito apertadas, contribuem para uma maior proliferação de fungos e bactérias na região. Afinal, esse tipo de roupa não permite uma ventilação adequada da área. O recomendado é optar por calcinhas de tecidos que favoreçam a respiração como algodão, microfibra e modal. Outra indicação de ginecologistas é dormir sem calcinha para arejar a área.
A lavagem da peça também precisa ser levada em consideração e não deve contar com grandes quantidades de produtos químicos durante o processo. Isto é, alvejantes, sabão em pó ou líquido e amaciantes.
O ideal é que você lave a calcinha com sabonete neutro de coco ou específico para roupas íntimas em água corrente e quente.
Tome o cuidado, também, de não lavar as roupas íntimas com as demais roupas e deixe as peças secando no sol. As roupas íntimas nunca devem ser secas no box do banheiro, como é comum entre grande parte das mulheres.
Na hora de guardá-las, procure locais secos e arejados dentro do guarda roupas para evitar a contaminação que existe em lugares úmidos.
Biquínis molhados durante o verão
Durante o verão, além dos cuidados com a lavagem, secagem e armazenamento, deve-se evitar o uso de roupas de banho molhadas. O abafamento da área em conjunto com a umidade do biquíni ou maiô, acaba contribuindo para a proliferação de fungos e bactérias, causando doenças como a candidíase, por exemplo.
A saúde íntima feminina durante o período menstrual
Como dito acima, durante o período menstrual a higiene deve ser ainda maior, já que o sangue pode desencadear a presença de bactérias na região. Para conter o sangramento, pode-se usar algumas alternativas como: absorvente interno, absorvente externo, coletores menstruais etc. Todas essas opções devem ser trocadas periodicamente em conjunto com uma higienização no local.
Esse tempo é indicado pelo próprio fabricante ou pelo seu ginecologista, mas no geral a média é de quatro a oito horas, variando sempre com o fluxo e tipo de coleta que você utiliza.
Mesmo para aquelas mulheres de fluxo suave, a troca ainda deve ser feita para evitar bactérias e odores. Recomenda-se lavar a região íntima a cada troca com água corrente, podendo-se fazer o uso de lenços umedecidos quando não for possível a lavagem do local.
O coletor menstrual é uma boa opção?
Como você deve imaginar, o absorvente comum tem grande impacto ambiental pelas toneladas de lixo que cria diariamente. Porém, não são todas as mulheres que se adaptam ao coletor menstrual, uma opção mais sustentável.
O coletor menstrual trata-se de um copinho de silicone hipoalérgico e antibacteriano maleável, o que ajuda na hora de colocar na vagina. É muito parecido com o absorvente interno, mas ao invés de trocar por outro copinho, você o lava na hora da troca e introduz novamente na vagina.
Apesar de ser considerado mais higiênico, seu preço é bastante elevado. Devido a isso, algumas mulheres escolhem ficar com os absorventes convencionais.
A diferença entre ambos é que o coletor fica na entrada da vagina, enquanto o absorvente interno fica no fundo do canal vaginal.
Absorventes de pano são higiênicos?
Para quem não se adaptou ao coletor, pode experimentar a opção do absorvente de pano. Mas, tenha em mente que a higiene terá que ser ainda maior. Afinal, o pano absorve o sangue e também as bactérias. A lavagem deve ser feita com sabão neutro e água corrente, e ser seco ao sol.
Como se parece com um absorvente comum, só que feito de algodão, se usado úmido ou mal higienizado pode acabar desencadeando infecções na região da vagina.
Fique de olho no que o muco vaginal diz sobre a saúde íntima feminina
Naturalmente, a vagina produz um muco que é benéfico para a saúde da mulher. Porém, ele não deve ter cheiro ou coloração esverdeada. Se você perceber uma cor diferente ou então um odor forte e até mesmo uma coceira anormal, é hora de marcar um ginecologista para verificar se não há infecções.
Para esses casos, o tratamento pode ser feito com antibióticos e cremes vaginais.
Viu como é simples cuidar da saúde íntima feminina? Basta ter uma higiene adequada e tomar alguns cuidados com hábitos durante o verão e período menstrual.
Mas tome cuidado para não exagerar na limpeza e acabar matando a flora vaginal que protege a região de bactérias e fungos.