Tratamento precoce da obesidade: uma alternativa à cirurgia bariátrica

A obesidade é uma das principais causas de doenças crônicas no mundo. Com ela, vêm o risco de diabetes tipo 2, hipertensão, problemas cardiovasculares, apneia do sono e tantas outras condições que afetam diretamente a qualidade – e a expectativa – de vida. Diante disso, é natural que muitas pessoas busquem soluções eficazes, e uma das mais conhecidas é a cirurgia bariátrica.

Mas será que ela é sempre necessária? A resposta é: não. Hoje, graças ao avanço da medicina e da farmacologia, é possível iniciar o tratamento do sobrepeso e da obesidade muito antes de chegar à bariátrica – com resultados eficazes e duradouros.

A seguir, você vai entender por que a abordagem preventiva está ganhando espaço, como os medicamentos modernos estão revolucionando o cuidado com a obesidade e em que situações a bariátrica ainda é indicada.

O que é a cirurgia bariátrica?

A cirurgia bariátrica é um procedimento indicado para pessoas com obesidade grave, quando o índice de massa corporal (IMC) ultrapassa 40, ou está entre 35 e 39,9 com presença de comorbidades como diabetes tipo 2, hipertensão e apneia do sono. Ela promove a redução do estômago, limitando a ingestão de alimentos e, em alguns casos, alterando a absorção de nutrientes.

Embora possa ser extremamente eficaz, a bariátrica envolve riscos e exige mudanças drásticas no estilo de vida. Por isso, não deve ser encarada como solução rápida, e sim como última alternativa quando outros métodos falham.

O novo cenário: tratar a obesidade antes da bariátrica

Antigamente, os pacientes só recebiam acompanhamento médico para emagrecimento quando já apresentavam obesidade avançada. Era comum “esperar piorar” para só então considerar medicamentos ou cirurgia.

Felizmente, isso mudou. Hoje, o tratamento começa mais cedo – ainda na fase de sobrepeso ou obesidade grau 1 –, o que reduz o risco de progressão da doença e a necessidade da cirurgia bariátrica.

Como explica a Dra. Danielli Orletti, médica especialista em Nutrologia, pacientes com IMC acima de 27 já podem ser tratados com medicamentos, especialmente quando há presença de comorbidades, como colesterol elevado, resistência à insulina ou hipertensão leve. “Hoje, o tratamento pode começar ainda no estágio de sobrepeso. Não é mais necessário esperar que a obesidade atinja níveis graves para começar a agir”, explica a especialista.

Medicamentos modernos: alternativas que funcionam

A chegada de medicamentos como Ozempic, Wegovy e Mounjaro representou uma revolução no tratamento da obesidade. Esses remédios atuam diretamente na regulação do apetite, na saciedade e no metabolismo, facilitando a adesão à dieta e à mudança de hábitos.

Vantagens em relação à bariátrica:

  • Menor risco de efeitos colaterais
  • Controle gradual e sustentável do peso
  • Melhora dos indicadores metabólicos
  • Menor impacto físico e emocional
  • Possibilidade de reversão (não é um caminho sem volta)

Além disso, esses tratamentos ajudam o paciente a criar uma base sólida de hábitos saudáveis, o que muitas vezes não ocorre com quem recorre à cirurgia sem um preparo adequado.

Qual a diferença em relação à cirurgia bariátrica?

A cirurgia bariátrica é indicada em casos específicos:

  • Obesidade grau 2 com comorbidades
  • Obesidade grau 3 (antiga obesidade mórbida)

No passado, o paciente precisava chegar a esse nível para receber um tratamento definitivo. Mas esse cenário já mudou.

Com os novos medicamentos, é possível interromper a progressão da doença antes que ela cause danos graves. “Hoje não precisamos esperar o paciente chegar à obesidade grau 3 para agir”, ressalta a Dra. Danielli.

Cirurgia é sempre a última opção

A cirurgia bariátrica ainda é uma ferramenta importante, mas deve ser usada apenas em casos específicos. Além dos riscos cirúrgicos, ela exige uma adaptação intensa no pós-operatório.

Com os medicamentos disponíveis hoje, muitos pacientes nunca chegam a precisar de uma cirurgia. Essa é uma mudança significativa no cuidado com a saúde.

Riscos e contraindicações da cirurgia bariátrica: o que você precisa saber

Como todo procedimento cirúrgico, a bariátrica exige cuidados, preparo e acompanhamento contínuo. Por isso, é fundamental entender suas possíveis complicações e contraindicações, especialmente quando existem alternativas menos invasivas disponíveis.

Principais riscos da cirurgia bariátrica

  1. Complicações cirúrgicas
    A exemplo de infecções, sangramentos, fístulas e trombose venosa profunda. Esses eventos, embora não sejam frequentes, podem acontecer, especialmente em pacientes com obesidade grave e doenças associadas.
  2. Déficits nutricionais
    A cirurgia pode comprometer a absorção de nutrientes essenciais como ferro, cálcio, vitamina B12, zinco e vitamina D. Por isso, o paciente precisa tomar suplementos vitamínicos por toda a vida e realizar exames periódicos.
  3. Síndrome de dumping
    Após a cirurgia, a digestão pode ocorrer de forma muito rápida, causando sintomas como náuseas, diarreia, tontura e fraqueza após refeições ricas em açúcar ou gordura. Essa condição é comum e requer ajustes na alimentação.
  4. Alterações emocionais
    A mudança brusca no peso e no estilo de vida pode afetar o bem-estar emocional. Casos de depressão, ansiedade e compulsão alimentar podem surgir, por isso o acompanhamento psicológico é indispensável no pré e pós-operatório.

Quem não deve fazer cirurgia bariátrica?

A cirurgia bariátrica não é indicada para todos os casos. Veja algumas contraindicações comuns:

  • Pessoas com transtornos psiquiátricos graves não controlados
  • Pacientes com dependência química ativa (álcool ou drogas)
  • Gestantes ou mulheres que planejam engravidar nos próximos meses
  • Indivíduos com doenças que aumentam o risco cirúrgico de forma significativa
  • Pacientes que não estão dispostos a seguir o acompanhamento multidisciplinar

Portanto, antes de considerar a cirurgia bariátrica, é essencial avaliar todas as opções clínicas disponíveis, como o uso de medicamentos modernos e mudanças no estilo de vida. Em muitos casos, essas alternativas são suficientes para controlar o peso e melhorar a saúde – sem necessidade de intervenção cirúrgica.

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No podcast exclusivo com a Dra. Danielli Orletti, você vai descobrir:

  • Quando é indicado iniciar o uso de medicamentos para emagrecimento
  • Como evitar a progressão do sobrepeso para obesidade grave
  • Quais são os benefícios dessa abordagem precoce para a qualidade de vida

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