Entenda como a nicotina age no organismo
A fumaça inalada a partir da queima do fumo atravessa a faringe, a laringe, traqueia e invade os brônquios, seguindo na direção dos alvéolos pulmonares – estruturas em forma de saco, altamente irrigadas por pequenos vasos sanguíneos – para que as trocas de oxigênio por gás carbônico possam ser efetuadas.
Ao chegar aos alvéolos, as gotículas de nicotina entram em contato com a infinidade de vasos sanguíneos que os irrigam, atravessam suas paredes e caem na corrente sanguínea. Dependendo da profundidade da tragada, 70 a 90% da nicotina presente na fumaça é absorvida nos alvéolos. Ao cair no interior dos milhares de vasos capilares dos pulmões, a nicotina se mistura com o sangue já oxigenado, que será levado ao coração para ser bombeado para todo o organismo.
O processo é tão rápido que a nicotina atinge o cérebro entre apenas seis e dez segundos. Os neurônios de várias regiões do cérebro possuem, em suas membranas, pequenas “antenas” às quais as moléculas de nicotina se ligam. Essas “antenas” funcionam como receptores da droga e não têm número fixo: conforme a repetição diária de tragadas aumenta, maior o número dessas “antenas”. Com mais receptores disponíveis, a quantidade de nicotina necessária para acalmá-los precisa ser maior.
À medida que a droga vai sendo metabolizada, isto é, decomposta, os receptores começam a ficar vazios, e a vontade de fumar aumenta progressivamente: surge a crise de abstinência, carregada de ansiedade e agitação, que só regride quando a fumaça chega outra vez aos pulmões e a primeira dose de nicotina atinge o cérebro.