Quais são os cuidados com a saúde na adolescência?
A partir dos doze anos, o ser humano vivencia uma série de mudanças físicas, emocionais e comportamentais rumo à idade adulta. São anos críticos, que carregam muitos desafios e um deles é manter a saúde na adolescência.
As orientações e supervisão dos adultos que convivem com o adolescente podem fazer toda a diferença para que ele enfrente essa fase de maneira mais tranquila e saudável.
Confira a seguir alguns cuidados com a saúde que são essenciais para quem está passando pela adolescência.
Suporte emocional
A adolescência representa um mundo inteiramente novo de vivências, já que a partir desse momento se passa a ter contato com novas pessoas, possibilidades, limitações e desafios.
Durante a infância e na parte inicial da adolescência, a família e a escola são as principais fontes de relacionamento social, mas isso começa a mudar rapidamente.
Os amigos geralmente se tornam a maior fonte de socialização, já que muitas vezes se passa mais tempo com eles (na escola e ao realizar atividades de lazer) do que com a família durante esse período.
Sendo assim, essa é uma etapa favorável ao aprendizado para aprimorar as habilidades sociais, superando situações que possam ser estressantes ou instigantes. Sentimentos como raiva, frustração, baixa autoestima e sentimentos de hostilidade podem ser vivenciados com mais intensidade, possibilitando que o adolescente aprenda a lidar com eles.
Estudos apontam que fatores de interação social têm um papel importante para evitar o abuso e adicção a substâncias (como o álcool, cigarro e outras drogas) durante a adolescência.
Sendo assim, é preciso considerar a importância do contexto de vida, relacionamentos e valores culturais para a formação do adolescente.
Famílias que conseguem se manter presentes durante essa fase contribuem para a construção da sua autoconfiança. É importante incentivar o diálogo transparente, sem tabus, de modo que ele se sinta confortável para conversar sobre os diferentes assuntos que o afligem, até mesmo para evitar possíveis situações que possam colocar em risco sua saúde e segurança.
Educação sexual para manter a saúde na adolescência
Um dos assuntos que ganha mais destaque durante a adolescência é, sem dúvidas, a sexualidade e tudo o que lhe diz respeito.
Isso faz parte do desenvolvimento da pessoa enquanto ser bio-psico-social, e deve ser visto com naturalidade, para que a sexualidade seja explorada de maneira saudável e segura.
A educação sexual inclui, sobretudo, os conhecimentos acerca dos corpos masculino e feminino. É de suma importância que o jovem receba explicações a respeito do desenvolvimento do seu corpo, das mudanças que podem ser esperadas, e da estrutura e do funcionamento dos órgãos sexuais masculinos e femininos. Esse é o caminho para aprender a abordar temas relacionados à sexualidade, sem tabus.
Caso não recebam informações de fontes seguras, os adolescentes vão buscá-las de alguma outra forma, motivados pela curiosidade natural. Por isso, é tão importante tratar o assunto com naturalidade, tanto em casa quanto na escola.
Essa é uma oportunidade para falar sobre as implicações da vida sexual, como os riscos de infecções sexualmente transmissíveis e gravidez indesejada.
Sendo assim, a educação sexual não deve se limitar apenas às informações sobre métodos contraceptivos, mas despertar a consciência do jovem. Informação a maioria tem, ou busca da maneira que for.
O que faz realmente a diferença é o entendimento de que é possível manter um relacionamento sem se expor ao risco de doenças ou de uma gravidez não planejada.
Falar sobre orientação sexual e identidade de gênero pode ser um desafio para os pais e familiares, mas temas como esses também precisam ser incluídos na conversa sobre sexualidade.
Afinal, essas questões são uma realidade, e enfrentá-las com o apoio da família pode ajudar o jovem a crescer com mais segurança e propriedade para tratar desses assuntos.
Isso vale não apenas para quem se identifica com sexualidade e identidade fora do padrão cis heteronormativo, mas também para ensinar, desde cedo, sobre respeito e tolerância. A diversidade existe desde os primórdios da humanidade, mas nos últimos séculos passou a ser tratada com preconceito e discriminação.
É hora de mudar essa dinâmica, e isso começa sobretudo a partir da educação de crianças e jovens.
Inúmeras transformações acontecem durante a adolescência, e é também durante essa fase que o ser começa a construir e fortalecer sua própria subjetividade. A família precisa estar atenta a esse processo.
É papel dos pais conversarem com os filhos e orientá-los sobre sexualidade. Isso fortalece os vínculos afetivos e a confiança mútua.
Caso a família não se sinta preparada para lidar diretamente com algum desses temas, sempre é possível recorrer à ajuda profissional para receber melhores orientações. O psicólogo, por exemplo, pode ajudar a família e o adolescente a entender melhor todas essas mudanças, tornando mais fácil a superação de dificuldades e conflitos.
Buscando ajuda profissional ou não, cabe à família entender a importância da educação sexual para a formação de jovens mais conscientes e responsáveis com a própria vida.
Conversas sem tabus
Não é apenas a sexualidade que deve ser tratada de maneira educativa perante os adolescentes. Uma comunicação objetiva e transparente é essencial para falar sobre diversos assuntos com os quais o jovem passa a ter contato nesse momento da vida. E isso inclui também o consumo de substâncias como o álcool e outras drogas.
Para começar, é importante incentivar os adultos a darem o exemplo. Levar uma vida saudável fica mais fácil se os jovens enxergarem em algum ente querido um exemplo palpável de moderação e responsabilidade.
Basta ver como é comum casos de alcoolismo que passam de geração em geração, dos pais ou mães para os filhos.
Oriente os pais a não terem medo de falar sobre o uso de drogas, cigarro e álcool e os danos que podem causar para a saúde e os relacionamentos. Os adultos precisam ter em mente que, se não falarem sobre isso com seus filhos, alguém vai falar, e pode não ser da forma como gostariam.
Fale da importância de abordar o tema com seriedade, embasamento e sensibilidade, dando abertura para que os jovens vejam nos pais um porto seguro para falar sobre esses assuntos caso houver a necessidade.
Outra dica que pode ajudar a lidar com essa questão é estar sempre presente, dando a possibilidade dos filhos chamarem os amigos para frequentarem sua casa ou fazerem programas juntos. Aproximar-se dos amigos e suas respectivas famílias pode favorecer a formação de uma rede de apoio segura e fortalecida, pelo bem de todos.
Ao incentivar seus filhos a praticarem hobbies, os pais também contribuem com a construção da sua confiança e autoestima, de modo que se sintam reconhecidos. Isso é importante pois o uso de drogas e álcool é comumente uma forma de fuga, e pode ter impacto ainda maior em jovens que se sentem negligenciados e desvalorizados pela família.
Os hobbies podem ser os mais variados possíveis, como esportes, trabalhos voluntários, o aprendizado de um instrumento musical ou um novo idioma, videogames, histórias em quadrinho, aula de desenho etc.
Alimentação na medida ajuda a saúde na adolescência
Assim como em qualquer outra fase da vida, a alimentação na adolescência é um assunto que tem tudo a ver com cuidados com a saúde e por isso exige cuidados especiais.
É muito comum que os adolescentes pulem algumas refeições, como o café da manhã, por falta de tempo para se dedicar à alimentação antes de ir para a escola.
Ao ficar muitas horas sem comer, estão se privando de nutrientes essenciais para funções cerebrais importantes, como a concentração, memória de curto prazo, resolução de problemas, processamento de informações, entre outras coisas. Sendo assim, dá para imaginar o impacto que pular uma refeição pode ter no aprendizado.
Ao pular uma das refeições, há também uma redução na ingestão diária de cálcio, vitaminas, proteínas e calorias. Vale lembrar que os adolescentes estão em fase de crescimento e se desenvolvendo rapidamente, por isso precisam se alimentar bem.
Uma boa sugestão é ter sempre frutas frescas em casa, assim como iogurte, cereais, pães, bolos, queijos, barras de cereais, sanduíches e castanhas, que são fontes de carboidratos e cálcio e podem facilitar o consumo
Portanto, o ideal é priorizar uma alimentação diversificada e natural, contemplando todos os grupos alimentares. Mantendo a despensa abastecida com alimentos de baixos teores de gordura e açúcar, isso diminui as chances de consumo de itens pouco nutritivos e saudáveis.
Corpo em movimento
Manter o corpo ativo durante a adolescência também é muito importante, tanto para a saúde física quanto mental.
Além de afastar o sedentarismo e prevenir o desenvolvimento de doenças, a prática de atividades físicas ajuda na liberação de endorfina, promovendo sensações como prazer, bem estar, bom humor e felicidade. Sendo assim, diminui os riscos de estresse, depressão e outros problemas relacionados à saúde mental.
Além disso, esse hábito também pode ajudar os adolescentes a manter uma imagem corporal positiva, já que oferece muitos benefícios para o corpo.
Segundo o Instituto Nacional de Saúde Mental, os adolescentes devem praticar aproximadamente sessenta minutos de atividade física por dia. Isso inclui a prática de esportes, aulas de educação física, correr ou pedalar, entre outras, de acordo com o interesse de cada um.
Orientar os pais e familiares a atentarem para os aspectos aqui mencionados é o caminho para o crescimento equilibrado de adolescentes. Além disso, esse cuidado ajuda na construção de laços familiares mais fortes e relacionamentos mais saudáveis.
Gostou das nossas dicas? Acrescentaria algum cuidado essencial para a saúde na adolescência que não mencionamos aqui? Compartilhe sua opinião nos comentários abaixo.