O que é vape? Entenda os riscos do cigarro eletrônico
Você já ouviu falar em vape e se perguntou por que ele tem atraído tantos jovens? O cigarro eletrônico, também conhecido como vape, costuma ser vendido como uma alternativa “menos nociva” ao cigarro tradicional — mas essa ideia é extremamente perigosa.
Na realidade, o vape representa sérios riscos à saúde, e seu uso não deve ser considerado uma opção segura
Neste post, vamos explicar o que é o vape, como ele funciona e por que seu uso deve ser evitado.
O que é vape e como funciona?
O vape, ou cigarro eletrônico, é um dispositivo que funciona por meio da vaporização de um líquido conhecido como “juice”, que pode conter nicotina, aromatizantes e outras substâncias químicas.
Diferente do cigarro comum, que queima o tabaco, o vape aquece o líquido até transformá-lo em vapor, que é então inalado pelo usuário.
Esse processo de vaporização é feito por uma resistência alimentada por uma bateria recarregável. O líquido é armazenado em um compartimento chamado de tanque ou cartucho. Quando o usuário ativa o aparelho, a resistência aquece o líquido e libera o vapor.
Embora o vape tenha sido apresentado como uma alternativa ao cigarro tradicional, não há evidências científicas de que ele traga redução de danos no tratamento do tabagismo. Pelo contrário, os estudos mais recentes mostram que o uso do cigarro eletrônico também representa sérios riscos à saúde.
Qual a diferença entre vape e cigarro tradicional?
A principal diferença entre o vape e o cigarro tradicional está na forma como eles entregam a nicotina ao organismo. No cigarro, o tabaco passa por combustão, liberando fumaça com milhares de substâncias tóxicas.
Já o vape aquece um líquido e produz vapor, o que eliminaria parte dessas toxinas — ao menos na teoria. Foi isso que levou muitas pessoas a considerarem o vape uma opção menos nociva.
Na prática, essa diferença não torna o vape inofensivo. O vapor pode conter nicotina em altas concentrações e substâncias químicas que, ao serem aquecidas, liberam compostos tóxicos.
Mesmo sem a queima do tabaco, quem usa vape continua exposto a riscos sérios para a saúde, principalmente se o uso for frequente e sem controle sobre o que está sendo inalado.
Leia também: 21 de Junho – Dia Nacional do Combate à Asma!
Quais são os tipos de vape disponíveis?
Desde 2009, a comercialização, importação e propaganda de qualquer tipo de dispositivo eletrônico para fumar — incluindo os vapes — são proibidas no Brasil por determinação da Anvisa. Ainda assim, é possível encontrar esses produtos sendo vendidos de forma ilegal, como os descartáveis, prontos para uso e eliminados após o término do líquido.
Já os recarregáveis permitem trocar o “juice” e recarregar a bateria. Além disso, há os “mods”, aparelhos maiores e mais potentes.

Esses dispositivos variam bastante em potência, formato e concentração de nicotina. Alguns permitem ajustar a temperatura e a intensidade do vapor, o que muda diretamente o que o usuário inala. Apesar da variedade, todos os tipos representam riscos à saúde.
O que há dentro de um cigarro eletrônico?
O cigarro eletrônico pode parecer simples, mas sua estrutura envolve diferentes componentes. Ele é formado por uma bateria recarregável, uma resistência que aquece o líquido, um cartucho (ou tanque) que armazena esse líquido e um bocal por onde o vapor é inalado. Ao acionar o aparelho, a bateria ativa a resistência, que aquece o líquido até transformá-lo em vapor.
Esse sistema permite que o usuário inale o vapor diretamente para os pulmões, de forma muito semelhante à do cigarro comum. O processo parece inofensivo, mas o que está dentro desse vapor é o que realmente preocupa os especialistas. O líquido usado nos vapes contém várias substâncias que podem afetar a saúde de quem usa — e até de quem está por perto.
Composição do líquido (juice)
O líquido que vai dentro do vape, conhecido como “juice”, é o grande responsável pelos efeitos e riscos do cigarro eletrônico. Em geral, ele contém propilenoglicol e glicerina vegetal — duas substâncias que servem para gerar vapor. Além disso, o juice pode conter nicotina (em diferentes concentrações) e aromatizantes que simulam sabores como frutas, menta ou doces.
Como ocorre a inalação e absorção?
Quando o usuário traga o vape, o vapor carregado de substâncias entra diretamente pelos pulmões. Ali, a nicotina e outros compostos passam rapidamente para a corrente sanguínea. Esse processo acontece em poucos segundos e leva os efeitos ao cérebro de forma quase imediata, o que contribui para o alto potencial de dependência.
Quais são os riscos do uso de vape?
O uso do vape representa diversos riscos para o organismo a longo prazo. A combinação de nicotina, substâncias químicas e aromatizantes cria um coquetel de efeitos que podem comprometer funções vitais do corpo. A seguir, você confere os principais riscos associados ao uso do cigarro eletrônico:
Problemas respiratórios e pulmonares
Um dos principais riscos de quem usa vape são os problemas pulmonares. Ao inalar o vapor, o usuário está introduzindo substâncias que podem irritar e inflamar os tecidos dos pulmões.
Isso pode causar tosse persistente, falta de ar e, em casos mais graves, levar a quadros como a bronquiolite obliterante — uma condição inflamatória grave e irreversível, também conhecida como “pulmão em pipoca”.
Além disso, o uso prolongado do cigarro eletrônico já foi associado a doenças respiratórias como asma, bronquite e até pneumonia.
Nos últimos anos, um novo e preocupante quadro clínico entrou no radar das autoridades de saúde: a Lesão Pulmonar Associada ao Uso de Cigarros Eletrônicos — também conhecida como EVALI (sigla em inglês).
Essa condição ganhou destaque por causar danos pulmonares severos, muitas vezes exigindo internação, ventilação mecânica e cuidados intensivos. Os casos de EVALI estão ligados ao uso de líquidos contendo THC (substância psicoativa da maconha), especialmente aqueles obtidos de fontes não regulamentadas. O acetato de vitamina E, frequentemente utilizado como aditivo, é apontado como um dos principais responsáveis pelos danos pulmonares observados.
Os sintomas variam de moderados a graves e incluem dificuldade para respirar, dor no peito, tosse, febre e fadiga extrema.
Efeitos na saúde cardiovascular
A nicotina presente em muitos líquidos aumenta a frequência cardíaca e a pressão arterial, sobrecarregando o sistema cardiovascular. Com o tempo, isso pode aumentar o risco de hipertensão, infarto e outras doenças cardíacas.
Estudos mostram que mesmo o uso ocasional de vape pode causar alterações nos vasos sanguíneos e reduzir sua elasticidade, o que compromete a circulação e eleva o risco de complicações.
Dependência da nicotina
Apesar da aparência moderna e dos sabores atrativos, o vape pode conter altas doses de nicotina, o que leva à dependência química.
O que torna o vício ainda mais perigoso é que muitos usuários não percebem o quanto estão expostos à substância, já que o consumo pode ser mais frequente do que no cigarro comum.
A nicotina atua no cérebro, gerando sensação de prazer e relaxamento temporários e causa abstinência quando o usuário interrompe seu uso.
Leia também: Janeiro branco: Um alerta sobre a saúde mental
Substâncias tóxicas e cancerígenas
Mesmo sem combustão, o vape libera substâncias tóxicas durante o aquecimento do líquido. Entre elas, estão compostos como formaldeído, acetaldeído e metais pesados, que são potencialmente cancerígenos. Esses elementos podem causar danos celulares e genéticos, aumentando o risco de câncer a longo prazo.
O vape é mais seguro do que o cigarro?
Essa é uma das dúvidas mais comuns entre quem busca entender o que é vape. Muitas pessoas acreditam que, por não produzir fumaça nem conter alcatrão, o cigarro eletrônico seria uma alternativa mais saudável ao cigarro tradicional.
No entanto, essa percepção nem sempre condiz com a realidade. Embora o vape elimine algumas substâncias nocivas presentes na combustão do tabaco, ele não está isento de riscos significativos.
Estudos recentes indicam que o uso contínuo do cigarro eletrônico pode causar diversos problemas de saúde — alguns deles semelhantes aos provocados pelo cigarro comum. Além disso, muitos usuários acabam consumindo o vape com mais frequência e por mais tempo, o que pode potencializar os efeitos negativos.
O que dizem os estudos científicos
Pesquisas mostram que o vape pode, de fato, reduzir a exposição a algumas substâncias tóxicas encontradas no cigarro convencional, como o monóxido de carbono.
No entanto, ele introduz outros compostos químicos, muitos deles ainda não totalmente compreendidos quanto ao impacto no organismo. Um dos maiores problemas é a falta de padronização nos líquidos e a presença de substâncias aromatizantes que, ao serem aquecidas, podem liberar toxinas perigosas.
Estudos também alertam para o risco de que o cigarro eletrônico funcione como uma “porta de entrada” para o tabagismo, principalmente entre adolescentes. O uso do vape pode iniciar uma dependência à nicotina que, mais tarde, evolui para o consumo do cigarro tradicional.
Comparação de danos entre os dois produtos
Veja abaixo uma comparação direta entre o cigarro tradicional e o cigarro eletrônico:
- Combustão e fumaça
- Cigarro comum: Queima o tabaco, liberando mais de 7 mil substâncias tóxicas.
- Vape: Não há combustão, mas há vaporização de líquidos com substâncias químicas.
- Presença de nicotina
- Cigarro comum: Contém nicotina em níveis padronizados e conhecidos.
- Vape: Pode conter doses variadas e até mais concentradas de nicotina.
- Danos pulmonares
- Cigarro comum: Relacionado a doenças como DPOC e câncer de pulmão.
- Vape: Associado a inflamações, bronquiolite e lesões pulmonares graves.
- Percepção de risco
- Cigarro comum: Já reconhecido como altamente nocivo.
- Vape: Visto como inofensivo por muitos, especialmente jovens, o que aumenta o risco de uso descontrolado.
- Dependência
- Cigarro comum: Causa dependência química pela nicotina.
- Vape: Também causa dependência, e muitas vezes sem o usuário perceber.

Vape no Brasil: o que diz a legislação?
Mesmo com a crescente popularidade dos cigarros eletrônicos, especialmente entre os jovens, o uso e a comercialização desses dispositivos ainda geram muitas dúvidas no Brasil. Entenda mais abaixo:
É permitido vender ou importar?
Como mencionamos, desde 2009, a comercialização, importação e propaganda de cigarros eletrônicos são proibidas no Brasil pela Resolução RDC nº 46 da Anvisa. Isso significa que nenhum estabelecimento pode vender legalmente esses produtos, mesmo que sejam importados para uso pessoal.
Apesar da proibição, muitos usuários ainda conseguem adquirir o vape de forma irregular, principalmente pela internet.
Esse cenário preocupa autoridades de saúde, pois impede o controle sobre a qualidade e a composição dos produtos. Além disso, expõe ainda mais os consumidores a riscos, já que não há fiscalização adequada desses itens quando vendidos clandestinamente.
Como a Anvisa se posiciona?
A Anvisa mantém uma postura de cautela e reforça que ainda não há evidências suficientes que comprovem a segurança do uso do vape a longo prazo. Em 2022, a agência realizou uma audiência pública para discutir o tema, mas até o momento decidiu manter a proibição, baseada em estudos e recomendações de entidades como a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Apesar da aparência moderna e dos sabores atrativos, os cigarros eletrônicos trazem riscos reais, como dependência, danos pulmonares e cardiovasculares, além da exposição a substâncias tóxicas.
Diante disso, é fundamental buscar informação confiável, repensar o uso desses dispositivos e, sempre que necessário, contar com orientação profissional para preservar sua saúde e bem-estar.
Encontre tudo para sua saúde e bem-estar em um só lugar!
Cuide da sua saúde e bem-estar com os melhores produtos! Na Farmadelivery, você encontra uma linha completa para fortalecer sua imunidade, manter sua rotina de cuidados e garantir mais qualidade de vida.