Implanon: tire suas dúvidas sobre o implante contraceptivo

Nos últimos anos, o debate sobre métodos contraceptivos tem ganhado cada vez mais espaço, especialmente com a ampliação do acesso a opções eficazes e de longa duração. Uma das tecnologias que se destaca nesse cenário é o Implanon.

A inclusão do Implanon no Sistema Único de Saúde (SUS), conforme decisão recente do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), promete ampliar o acesso a esse método para milhares de brasileiras. Mas como exatamente ele funciona? Quais são os seus benefícios, riscos e quem pode utilizá-lo?

Entenda, a seguir, o funcionamento do Implanon e veja como ele se destaca entre as principais opções contraceptivas.

O que é o Implanon?

O Implanon é um implante contraceptivo hormonal em forma de pequena haste, com cerca de 4 cm de comprimento, inserido logo abaixo da pele da parte interna do braço. Seu principal componente é o etonogestrel, um hormônio sintético semelhante à progesterona natural do corpo feminino.

Esse hormônio é liberado continuamente na corrente sanguínea, impedindo a ovulação – ou seja, o processo de liberação do óvulo pelos ovários. Sem ovulação, não há fecundação e, portanto, não ocorre gravidez. Além disso, o Implanon espessa o muco cervical, dificultando a entrada dos espermatozoides no útero.

Como o Implanon é colocado?

A aplicação do Implanon é simples e rápida, feita em consultório médico com anestesia local. Após higienização e anestesia da área, o médico insere a haste sob a pele do braço com um aplicador estéril. O procedimento dura apenas alguns minutos.

O implante começa a liberar o hormônio em poucas horas após a aplicação, atingindo níveis eficazes já no primeiro dia. A proteção contra gravidez é garantida por até três anos, sem necessidade de manutenção ou troca durante esse período.

Se a mulher quiser engravidar ou mudar de método antes do tempo, é possível fazer a remoção a qualquer momento.

Eficácia do Implanon

O Implanon é um dos métodos contraceptivos mais eficazes disponíveis atualmente. Sua taxa de falha é de apenas 0,05%, o que significa que menos de uma mulher a cada 2.000 usuárias engravida durante o uso.

Esse número é mais baixo que a taxa de falha do DIU hormonal (de 0,1% a 0,4%) e até mesmo da vasectomia (entre 0,1% e 0,15%). Essa alta eficácia se deve principalmente ao fato de não depender da lembrança diária ou mensal da mulher, como acontece com pílulas e injeções.

Quem pode usar o Implanon?

O implante é ideal para mulheres que desejam um método contraceptivo eficaz, seguro e de longa duração, especialmente aquelas que têm dificuldade em manter uma rotina regular com pílulas anticoncepcionais ou preferem evitar métodos que exigem atenção constante.

Ele também é uma excelente opção para mulheres que ainda não desejam filhos a curto ou médio prazo, mas querem preservar sua fertilidade futura.

Além disso, o Implanon pode ser usado por mulheres que estão amamentando, geralmente a partir da sexta semana após o parto.

Quanto tempo após a inserção do Implanon é seguro ter relação sexual?

A proteção do Implanon contra a gravidez começa rapidamente, mas o tempo para que ele seja considerado totalmente eficaz depende do momento em que foi colocado.

• Se a inserção for feita nos primeiros cinco dias do ciclo menstrual (contando a partir do primeiro dia da menstruação), a proteção é imediata e a mulher já pode ter relações sexuais sem risco de gravidez.
• Se a inserção ocorrer em outro momento do ciclo, é necessário utilizar um método de apoio, como preservativos, por pelo menos sete dias até que o hormônio alcance os níveis adequados para impedir a ovulação.

Esse cuidado inicial é essencial para garantir a eficácia do método. Além disso, vale lembrar que, mesmo com o Implanon, apenas o preservativo protege contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), por isso sua utilização continua sendo recomendada em muitos casos.

Contraindicações do Implanon

Apesar dos inúmeros benefícios, o Implanon não é indicado para todas as mulheres. Algumas condições de saúde contraindicam seu uso, como:

• Histórico de trombose;
• Doenças hepáticas graves ou tumores hepáticos;
• Presença ou suspeita de câncer sensível a hormônios sexuais;
• Gravidez confirmada ou suspeita;
• Alergia ao etonogestrel ou a qualquer componente do implante.

Avaliação médica é obrigatória em casos como:

• Lúpus eritematoso sistêmico com FAN positivo;
• Histórico de câncer de mama em remissão há menos de cinco anos;
• Sangramento vaginal sem causa diagnosticada;
• Uso de anticonvulsivantes ou antibióticos para tuberculose, que podem interferir na eficácia do hormônio.

Efeitos colaterais mais comuns

Como todo método hormonal, o Implanon pode causar efeitos colaterais em algumas mulheres. Os mais comuns são:

• Alterações no ciclo menstrual (como ausência de menstruação, sangramentos irregulares ou mais prolongados);
• Dores de cabeça;
• Aumento de peso;
• Sensibilidade nos seios;
• Alterações de humor.

Vale destacar que, embora algumas mulheres experimentem efeitos indesejados, muitas relatam adaptação e satisfação com o método ao longo do tempo. A ausência da menstruação, por exemplo, pode ser um benefício para quem sofre com cólicas intensas ou fluxo menstrual excessivo.

Implanon no SUS: o que muda?

Até recentemente, o Implanon estava disponível gratuitamente pelo SUS apenas em algumas regiões, como o estado de São Paulo. Na rede privada, o valor do procedimento completo – que inclui o implante e a aplicação – pode variar entre R$ 2 mil e R$ 4 mil.

Com a nova política do Ministério da Saúde, cerca de 500 mil implantes devem ser distribuídos gratuitamente em uma primeira etapa. A meta é alcançar até 1,8 milhão de implantes até 2026.

Implanon X outros métodos contraceptivos

Sem dúvida, a variedade de métodos contraceptivos disponíveis amplia as possibilidades de escolha. No entanto, diante de tantas opções, é comum surgirem dúvidas sobre qual é o mais adequado. Por isso, entender as diferenças entre o Implanon e outros métodos oferecidos é fundamental para fazer uma escolha consciente.

Implanon x Pílula anticoncepcional

Enquanto a pílula contém, geralmente, dois hormônios (estrogênio e progesterona), o Implanon atua com apenas um, o etonogestrel, o que pode ser uma vantagem para quem não tolera bem o estrogênio.

Implanon x DIU (cobre e hormonal)

O DIU de cobre, método não hormonal, é ideal para mulheres que não querem ou não podem usar hormônios. Já o DIU hormonal, como o Mirena, atua de forma semelhante ao Implanon, mas é inserido dentro do útero, o que pode gerar mais desconforto em algumas mulheres. O Implanon, por ser aplicado no braço, é menos invasivo e mais rápido de inserir e remover. Em termos de eficácia, o Implanon se destaca: tem taxa de falha de 0,05%, enquanto o DIU hormonal gira entre 0,1% e 0,4%.

Implanon x Preservativos

Os preservativos masculino e feminino são os únicos métodos que oferecem proteção contra ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis). No entanto, seu uso depende da parceria sexual e da correta aplicação em todas as relações. Por isso, são altamente recomendados como método de barreira complementar, especialmente quando combinados com o Implanon, que não protege contra infecções, mas garante contracepção eficaz.

Implanon x Métodos definitivos (laqueadura e vasectomia)

Embora muito eficazes, os métodos definitivos como laqueadura e vasectomia não são reversíveis. O Implanon, por outro lado, oferece eficácia semelhante com total reversibilidade, permitindo que a mulher retome sua fertilidade assim que desejar, logo após a remoção do implante. Essa característica é ideal para quem deseja evitar uma gravidez no momento, mas mantém planos futuros.

Descubra por que o Implanon é uma escolha cada vez mais popular entre as mulheres

A decisão de usar um método contraceptivo envolve diversos fatores: eficácia, praticidade, efeitos colaterais e, claro, o estilo de vida da mulher. É exatamente por atender bem a esses critérios que o Implanon tem ganhado destaque como uma das opções preferidas entre quem busca controle da fertilidade com mais segurança e autonomia.

Ao contrário de métodos que exigem disciplina diária, como a pílula, ou visitas frequentes ao posto de saúde, como as injeções mensais, o Implanon funciona com uma única aplicação, válida por até três anos. Essa característica atrai principalmente mulheres com rotinas intensas, que valorizam a conveniência de um método que não exige manutenção constante.

Além da alta eficácia, o Implanon também é uma opção discreta e reversível. Ele não interfere na aparência do corpo e não exige cuidados diários. Esse controle facilita o planejamento da maternidade de forma mais livre e sem pressões.

Outro ponto importante é a aceitação crescente entre mulheres jovens, que buscam métodos mais modernos e com menos margem de erro.

Como é feita a remoção do Implanon

Assim como a inserção, a remoção do Implanon é um procedimento simples, realizado em consultório médico e com anestesia local. O processo costuma levar poucos minutos: o profissional faz uma pequena incisão na pele do braço, localiza a haste do implante e a retira cuidadosamente com o auxílio de instrumentos adequados.

Após a retirada, a cicatrização é rápida e, em geral, deixa apenas uma marca discreta. Caso a mulher queira manter o método, é possível inserir um novo implante no mesmo momento. Já para aquelas que desejam engravidar, a fertilidade costuma retornar em poucas semanas, sem necessidade de esperar meses para que o organismo volte a funcionar normalmente.

O Implanon é uma opção contraceptiva moderna que une eficácia, praticidade e reversibilidade, oferecendo mais autonomia e tranquilidade para quem deseja planejar a maternidade. Por ser um método de longa duração e de alta confiança, pode transformar a rotina de muitas mulheres que buscam segurança sem abrir mão da liberdade de escolha. Antes de decidir pelo implante, consulte seu médico, avalie os benefícios e possíveis efeitos colaterais e descubra se ele é a opção ideal para o seu momento de vida.