Doença de Crohn: sintomas, causas e tratamentos
A doença de Crohn é uma condição inflamatória crônica do sistema digestivo, pertencente ao grupo das doenças inflamatórias intestinais (DII). Ela se caracteriza por períodos de crises ativas, marcados por inflamação e sintomas intensos, intercalados com fases de remissão, quando os sinais diminuem ou desaparecem temporariamente.
Embora possa afetar diferentes regiões do trato gastrointestinal, os locais mais atingidos são o íleo terminal (a parte final do intestino delgado) e o cólon (intestino grosso). Diferente de inflamações superficiais, a Crohn compromete todas as camadas da parede intestinal, tornando-se mais invasiva e aumentando o risco de complicações, como obstruções, fístulas e deficiências nutricionais.
Mesmo sem cura definitiva, hoje existem opções eficazes de tratamento, capazes de controlar os sintomas, reduzir a inflamação e melhorar a qualidade de vida do paciente. A seguir, vamos explicar em detalhes os sintomas, causas, diagnóstico, complicações e tratamentos da doença de Crohn.
O que é a doença de Crohn?
A doença de Crohn é uma inflamação crônica que pode afetar qualquer segmento do trato gastrointestinal, embora seja mais comum no intestino delgado e grosso. A inflamação é profunda, atingindo mucosa, submucosa, camada muscular e até a serosa — o que explica por que a doença pode gerar complicações mais sérias do que outras inflamações intestinais.
Ela pode surgir tanto em homens quanto em mulheres, com maior frequência entre os 20 e 40 anos. Outro ponto importante é a predisposição genética: pessoas que têm parentes de primeiro grau com a doença possuem maior risco de desenvolver a Crohn.
O curso da doença costuma ser marcado por altos e baixos. Em alguns momentos, o paciente pode estar livre de sintomas, mas em outros pode apresentar crises intensas, que exigem ajustes na medicação, na alimentação ou até intervenções cirúrgicas.
Sintomas da doença de Crohn
A intensidade e a combinação dos sintomas variam bastante de uma pessoa para outra. Ainda assim, alguns sinais são considerados mais comuns e podem servir de alerta:
- Dor abdominal e cólicas, geralmente no lado inferior direito do abdômen;
- Diarreia frequente, que pode vir acompanhada de muco e sangue;
- Perda de peso involuntária;
- Sangramento retal;
- Fadiga persistente;
- Perda de apetite;
- Febre baixa e recorrente.
Sintomas extraintestinais
A doença de Crohn não afeta apenas o sistema digestivo. Em alguns casos, surgem manifestações em outras partes do corpo:
- Lesões na pele, como eritema nodoso (nódulos vermelhos e dolorosos) e pioderma gangrenoso (feridas profundas);
- Dores e inflamações nas articulações;
- Aftas orais frequentes;
- Inflamação nos olhos (uveíte), com vermelhidão e dor ocular;
- Pedras nos rins e na vesícula.
Sintomas em crianças e adolescentes
Nos pacientes pediátricos, a Crohn pode prejudicar o crescimento e atrasar a puberdade, devido à má absorção de nutrientes. Além disso, sintomas como dor abdominal, diarreia, febre e perda de peso também podem estar presentes.
Causas da doença de Crohn
A causa exata da doença de Crohn ainda não é conhecida, mas há consenso de que ela resulta de uma combinação de fatores:
- Predisposição genética: pessoas com histórico familiar da doença apresentam maior risco.
- Sistema imunológico alterado: falhas no sistema de defesa levam o organismo a atacar células saudáveis do intestino.
- Tabagismo: fumar aumenta a probabilidade de desenvolver a doença e agrava os sintomas.
- Fatores ambientais: exposição a certos elementos e hábitos de vida podem influenciar.
- Alimentação rica em ultraprocessados: embora não seja causa direta, pode contribuir para crises.
- Uso de medicamentos: anti-inflamatórios não esteroides e anticoncepcionais podem estar associados ao risco aumentado.
Diagnóstico da doença de Crohn
O diagnóstico é feito pelo gastroenterologista ou proctologista, com base na avaliação clínica e em exames complementares.
Entre os exames mais usados estão:
- Exames de sangue: detectam anemia, inflamação e deficiências nutricionais.
- Colonoscopia: permite avaliar a mucosa intestinal e coletar amostras para biópsia.
- Endoscopia: analisa a parte superior do trato digestivo.
- Enteroscopia: indicada para o intestino delgado.
- Ressonância magnética e tomografia: localizam áreas inflamadas e complicações.
- Ultrassonografia e raio-X: utilizados em casos específicos.
O diagnóstico pode ser desafiador porque os sintomas se confundem com outras doenças gastrointestinais, como a síndrome do intestino irritável ou a retocolite ulcerativa.

Tratamento da doença de Crohn
A doença de Crohn não tem cura, mas pode ser controlada com tratamentos que reduzem a inflamação, aliviam os sintomas e evitam complicações. O plano terapêutico deve ser personalizado, considerando a gravidade da doença e o histórico de cada paciente.
Medicamentos
O médico pode indicar diferentes classes de medicamentos:
- Corticosteroides: reduzem inflamações em crises agudas;
- Imunossupressores: diminuem a resposta exagerada do sistema imunológico;
- Biológicos: bloqueiam proteínas inflamatórias específicas;
- Antibióticos: usados em casos de fístulas e abscessos;
- Aminossalicilatos: anti-inflamatórios intestinais para quadros mais leves.
Dieta e nutrição
A alimentação deve ser adaptada conforme os sintomas. As principais orientações incluem:
- Preferir refeições menores e mais frequentes;
- Evitar alimentos ultraprocessados, gordurosos, muito condimentados, bebidas com cafeína e refrigerantes;
- Reduzir fibras durante crises (cascas de frutas, verduras cruas e grãos integrais);
- Em alguns casos, adotar dietas sem lactose, sem resíduos ou hipercalóricas;
- Uso de suplementos nutricionais em casos de má absorção.
Cirurgia
A cirurgia pode ser necessária quando os medicamentos não controlam os sintomas ou surgem complicações, como:
- Obstrução intestinal;
- Fístulas e abscessos;
- Retocolite associada;
- Hemorragias graves.
Entre as técnicas utilizadas estão a ressecção intestinal, laparoscopia e cirurgia aberta.
Acompanhamento médico e multidisciplinar
A doença de Crohn é uma condição crônica e complexa, que não afeta apenas o sistema digestivo, mas também pode comprometer a nutrição, a saúde mental e a qualidade de vida do paciente. Por isso, o tratamento mais eficaz é aquele que envolve um acompanhamento multidisciplinar, com a atuação de diferentes profissionais de saúde.
Esse cuidado conjunto permite não apenas controlar a inflamação intestinal, mas também oferecer suporte nutricional e psicológico, fundamentais para que o paciente consiga conviver melhor com a doença.
Papel do gastroenterologista
O gastroenterologista é o médico responsável pelo diagnóstico e tratamento da doença de Crohn. Ele avalia os sintomas, solicita exames como colonoscopia, endoscopia, ressonância e exames de sangue, e define a melhor estratégia terapêutica.
Além de prescrever os medicamentos adequados para cada fase da doença, o gastroenterologista também acompanha a evolução do quadro e identifica possíveis complicações.
O acompanhamento contínuo com esse especialista é essencial para manter a doença sob controle e garantir períodos mais longos de remissão.
Apoio do nutricionista
O nutricionista tem um papel fundamental no tratamento da doença de Crohn, já que a inflamação intestinal pode causar má absorção de nutrientes e levar a deficiências de vitaminas e minerais importantes, como ferro, cálcio, vitamina D e vitamina B12.
Esse profissional adapta a dieta do paciente de acordo com os sintomas e a fase da doença. Durante crises, pode indicar dietas específicas, como:
- sem resíduos, para reduzir o esforço intestinal;
- sem lactose, quando há intolerância;
- hipercalóricas, em casos de perda de peso significativa.
Além disso, o nutricionista orienta sobre alimentos que devem ser evitados — como ultraprocessados, bebidas com cafeína e comidas muito condimentadas — e sugere opções mais leves e bem toleradas, ajudando a reduzir crises e melhorar a qualidade de vida.
Importância do acompanhamento psicológico
Conviver com uma doença crônica como a Crohn pode gerar ansiedade, estresse e até depressão. Os sintomas, muitas vezes imprevisíveis, podem afetar a vida social, o trabalho e a autoestima do paciente.
O psicólogo atua como um aliado importante nesse processo, ajudando a lidar com os impactos emocionais da doença. O acompanhamento psicológico pode auxiliar em diferentes aspectos:
- Controle do estresse, que pode ser um gatilho para crises;
- Apoio na adaptação a mudanças de rotina e dieta;
- Redução da ansiedade e melhora do bem-estar geral;
- Fortalecimento do enfrentamento da doença em longo prazo.
Quando necessário, o acompanhamento psiquiátrico também pode ser indicado, especialmente em casos de depressão mais severa.
Complicações da doença de Crohn
Sem tratamento adequado, a doença de Crohn pode causar complicações sérias, como:
- Obstrução intestinal;
- Fístulas e abscessos;
- Úlceras profundas;
- Fissuras anais;
- Deficiências nutricionais e anemia;
- Osteoporose;
- Infecções frequentes;
- Maior risco de câncer colorretal.
A doença de Crohn tem cura?
A doença de Crohn não tem cura definitiva, mas pode ser controlada. O tratamento contínuo ajuda a manter longos períodos de remissão, permitindo que o paciente tenha qualidade de vida e reduza o risco de complicações.
O que quem convive com Doença de Crohn precisa saber
Além do tratamento médico, algumas medidas podem ajudar no dia a dia:
- Evitar o tabagismo, que agrava a doença;
- Praticar atividades físicas leves ou moderadas, respeitando os limites do corpo;
- Identificar alimentos que provocam crises e retirá-los da dieta;
- Controlar o estresse, que pode funcionar como gatilho;
- Manter acompanhamento médico e nutricional regular;
- Observar alterações nas fezes e procurar atendimento em caso de sangue ou mudanças persistentes no hábito intestinal.
A doença de Crohn é uma condição crônica que exige cuidado contínuo, mas com diagnóstico precoce e tratamento adequado, é possível controlar os sintomas e viver com qualidade.
Se você apresenta sinais como dor abdominal recorrente, diarreia persistente, perda de peso inexplicada ou sangue nas fezes, procure um gastroenterologista ou proctologista. O acompanhamento profissional é essencial para garantir mais saúde, segurança e bem-estar.
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