Entenda como consumir adoçantes de forma segura.

Adoçantes engordam? Podem causar câncer? Qual a quantidade recomendada? Indicados para diabéticos e dietas com restrição de açúcar, o produto deve ser consumido com cautela. A seguir, o médico nutrólogo Fernando Chueire, membro da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) e a nutricionista Carolina Paz, respondem o que é verdade ou mito em relação aos adoçantes.

Confira:

Como os  adoçantes não contêm calorias, posso ingerir o quanto quiser?

Mito. O nutrólogo Fernando Chueire diz que, para não oferecer riscos à saúde, o consumo de adoçantes deve respeitar os limites de ingestão diária aceitável (IDA). “Para encontrar os valores máximos para cada pessoa é preciso multiplicar a quantidade de determinado adoçante pelo peso corporal. Mas vale ressaltar que é difícil ultrapassar as recomendações diárias. Por exemplo, uma pessoa que pesa 60 Kg pode ingerir até 2.200 mg de aspartame, o  que significa que ela pode beber até 6,3 litros de refrigerante diet ou light em um único dia”, explica o médico.

Confira os valores máximos diários para cada tipo de adoçante:
Aspartame: 40 mg x peso corporal  
Acesulfame K: 15 mg x peso corporal     
Ciclamato: 11 mg x peso corporal     
Sacarina: 5 mg x peso corporal     
Sucralose: 15 mg x peso corporal      

Adoçantes causam câncer?

Parcialmente mito. De acordo com a nutricionista Carolina Paz, “quando consumidos regularmente em excesso e acima dos valores recomendados os adoçantes podem possuir efeito tóxico sobre o organismo e, assim, aumentar os riscos de incidência de câncer”. Fernando Chueire explica que “o resultado dos estudos, realizados até o momento, não comprovou a relação dos adoçantes com o desenvolvimento de câncer”.

Adoçante engorda?

Parcialmente mito. De acordo com estudo publicado na revista “NeuroImage”, a sensação de saciedade ao consumir o mesmo produto com açúcar ou na versão diet é diferente. A falta da glicose, responsável por liberar neurotransmissores que dão sensação de bem-estar, pode levar ao consumo exagerado de produtos em versão dietética, que podem conter muita gordura e, assim, promover ganho de peso.  Segundo Carolina Paz, “os adoçantes possuem pouco ou nenhum valor calórico e, portanto, não engordam diretamente. Indiretamente, eles podem engordar, já que certas pessoas aumentam o consumo de produtos nas versões diet e light por achar que não vão ganhar peso consumindo itens sem açúcar”. 

Crianças não devem consumir adoçantes?

Mito. Para Fernando Chueire, o crescente número de crianças obesas ou com sobrepeso pode justificar a substituição do açúcar por adoçantes. “Crianças diabéticas também podem fazer uso do produto, sempre com orientação médica e nutricional adequada”, explica o nutrólogo. 

A estévia é inofensiva à saúde?

Verdade. Apesar do sabor residual forte, é o adoçante mais recomendado por médicos e nutricionistas. “A estévia é um adoçante natural. Estudos em animais e humanos indicam que essa substância possui propriedades antihipertensivas e que poderiam reduzir a glicemia em pacientes com diabetes tipo 2”, diz Carolina Paz.

Grávidas não devem ingerir adoçantes?

Parcialmente verdade. O nutrólogo Fernando Chueire diz que ainda não existem dados conclusivos sobre a relação entre o consumo de adoçantes pelas grávidas e má formações fetais. “Somente diabéticas e mulheres que precisam controlar o ganho de peso devem ingerir adoçantes durante a gravidez, dando preferência para a sucralose, acessulfame K, estévia e aspartame”, explica o médico. 

A sucralose não faz mal à saúde?

Verdade. A nutricionista Carolina Paz diz que “a sucralose é o adoçante que possui sabor mais próximo do açúcar, já que é um derivado da cana. Ela é altamente estável em diferentes temperaturas e, de acordo com estudos realizados até o momento, não causa cáries”.  

 Adoçantes podem ser consumidos por qualquer pessoa?

Parcialmente verdade. Em geral, qualquer pessoa pode ingerir adoçantes, desde que respeite a quantidade máxima recomendada. De acordo com Fernando Chueire, “o aspartame está contraindicado para portadores de fenilcetonúria, já que pode dar origem ao retardo mental. O problema é facilmente diagnosticado em recém-nascidos, através do chamado Teste do Pezinho”. 

 Somente diabéticos devem consumir  adoçante regularmente?

Mito. Fernando Chueire explica que “pessoas obesas ou com sobrepeso podem substituir o açúcar por adoçante, desde que respeitem a ingestão máxima recomendada. Além das bebidas, como café e sucos, é preciso levar em consideração a quantidade de adoçante contido em produtos industrializados diet ou light, como bolos, biscoitos, balas e refrigerantes”. Segundo Carolina Paz, “estévia e sucralose são os adoçantes mais indicados para consumo diário, já que são menos propensos a causar qualquer tipo de dano ao organismo”.

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