tomografia para diagnóstico de glioma

Glioma: como identificar os sinais e buscar tratamento precoce

O glioma é um tipo de tumor que se desenvolve nas células gliais — aquelas que sustentam, protegem e nutrem os neurônios. Ele pode surgir no cérebro ou na medula espinhal e, ainda que nem sempre se espalhe para outras áreas do corpo, pode causar sérios impactos locais. Este guia completo apresenta tudo o que você precisa saber: o que é, como identificar sinais precoces e quais caminhos seguir para buscar tratamento com agilidade.

O que é um glioma?

Glioma é um tumor primário do sistema nervoso central, ou seja, que tem origem no próprio tecido cerebral ou da medula espinhal — e cresce a partir das células gliais, como astrócitos, oligodendrócitos e células ependimárias .

Embora geralmente malignos, alguns gliomas apresentam crescimento lento, sendo considerados de baixo grau. Outros são altamente agressivos e demandam atenção imediata. Eles são responsáveis por cerca de 30% de todos os tumores do sistema nervoso central e por 80% dos tumores cerebrais malignos.

Tipos de gliomas: como são classificados?

Os gliomas são tumores cerebrais que variam bastante em comportamento e agressividade. A forma mais comum de subdividi-los é pelo tipo de célula da glia de onde se originam (astrócitos, oligodendrócitos ou células ependimárias) e pelo grau de agressividade (de I a IV), conforme a classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A seguir, veja as principais classificações e como elas impactam o diagnóstico e tratamento.

Astrocitoma pilocítico (grau I)

É o tipo mais comum de glioma em crianças e adolescentes, com pico de incidência entre os 8 e 13 anos. Caracteriza-se por ser um tumor mais circunscrito, com margens mais nítidas e geralmente com presença de cistos visíveis nos exames de imagem. Seu crescimento costuma ser lento, o que permite bons resultados com a remoção cirúrgica completa.

  • Localização comum: cerebelo, nervo óptico e tronco cerebral.

Astrocitoma difuso (grau II)

Esse tipo apresenta bordas imprecisas, infiltrando-se no tecido cerebral ao redor. Por isso, a remoção cirúrgica completa é mais difícil, o que aumenta o risco de recidiva. É mais frequente em adultos, mas pode ocorrer em qualquer idade.

Risco de progressão: com o tempo, pode evoluir para formas mais agressivas (grau III ou IV), por isso, exige acompanhamento constante com ressonância magnética e testes genéticos/moleculares.

Gliomas de alto grau (grau III e IV)

São tumores mais agressivos, de crescimento rápido, com maior tendência a invadir áreas funcionais do cérebro e apresentar sintomas neurológicos precoces. Costumam demandar tratamento multidisciplinar imediato, envolvendo cirurgia, radioterapia e quimioterapia.

Astrocitoma anaplásico (grau III)

É considerado um tumor de alto grau de malignidade, com alto potencial de crescimento e proliferação celular. Embora ainda compartilhe algumas características com os astrocitomas de grau II, esse subtipo já demonstra alterações histológicas mais agressivas.

  • Necessita de abordagem combinada, geralmente com cirurgia seguida de radio e quimioterapia.
  • Prognóstico: intermediário, dependendo da resposta ao tratamento e da localização tumoral.

Glioblastoma multiforme (grau IV)

Também conhecido como GBM, é o glioma mais agressivo e comum em adultos entre 50 e 70 anos, embora possa surgir em qualquer faixa etária. O glioblastoma apresenta grande heterogeneidade celular, proliferação vascular intensa, áreas de necrose e infiltração difusa no tecido cerebral, dificultando o controle da doença.

  • Crescimento extremamente rápido, com sintomas que podem surgir em questão de semanas.
  • Taxa de sobrevida média: de 12 a 15 meses com tratamento padrão, mas há casos que ultrapassam esse tempo com terapias avançadas.
  • Tratamento: inclui cirurgia (quando possível), radioterapia e uso de temozolomida, além de terapias-alvo ou experimentais, dependendo da presença de mutações genéticas.

Por que essa classificação é tão importante?

A distinção entre os diferentes tipos e graus de glioma define todo o plano terapêutico, influencia diretamente o prognóstico e ajuda o paciente e a equipe médica a traçarem estratégias mais assertivas e personalizadas.

  • Gliomas de baixo grau podem ser observados por um tempo antes de intervenção.
  • Tumores de alto grau exigem ação rápida e tratamento multidisciplinar.
  • Marcadores genéticos podem indicar respostas melhores à quimioterapia ou à imunoterapia.

Quem pode desenvolver glioma?

Os gliomas podem surgir em qualquer pessoa, independentemente da idade ou histórico de saúde. No entanto, a ciência já identificou fatores que aumentam o risco de desenvolvimento desses tumores. Conhecer essas condições não significa que o tumor será inevitável, mas ajuda a entender o perfil mais comum dos pacientes e a importância do acompanhamento médico em alguns casos.

Veja os principais fatores de risco conhecidos até o momento:

Idade

A faixa etária é um dos fatores mais relevantes. Os gliomas tendem a apresentar dois picos de incidência:

  • Adultos acima dos 60 a 65 anos, especialmente os tipos mais agressivos, como o glioblastoma;
  • Crianças e adolescentes, em especial os gliomas de baixo grau ou tumores localizados no tronco cerebral (como o glioma pontino difuso).

Embora o glioma possa afetar qualquer idade, os extremos da vida (infância e terceira idade) concentram os casos mais comuns.

Genética e síndromes hereditárias

Algumas condições genéticas raras aumentam consideravelmente a predisposição ao desenvolvimento de gliomas. Entre elas:

  • Neurofibromatose tipo 1 (NF1): associada ao surgimento de astrocitomas ópticos e outros tumores cerebrais;
  • Síndrome de Li-Fraumeni: uma condição hereditária que predispõe ao aparecimento precoce de diversos tipos de câncer, incluindo tumores do sistema nervoso central.

Exposição à radiação ionizante

A exposição prévia à radiação na região da cabeça, como em tratamentos oncológicos passados ou exposição ambiental prolongada, está associada a um risco aumentado de formação de gliomas. Isso inclui:

  • Radioterapia para outros tipos de câncer (como leucemia ou linfomas na infância);
  • Exposição ocupacional ou ambiental a fontes de radiação.

Vale ressaltar que exames médicos convencionais, como tomografias esporádicas, não representam um risco significativo quando feitos sob indicação médica.

Quando não há causa identificável

Em muitos casos, o glioma surge sem nenhum fator de risco aparente. Isso significa que a maioria dos diagnósticos ocorre em pessoas sem histórico familiar, síndromes genéticas ou exposição prévia a radiação.

Essa característica torna ainda mais importante a atenção aos sintomas neurológicos persistentes, como dores de cabeça incomuns, alterações cognitivas, convulsões ou perda de força muscular — principalmente quando não há explicação clara para esses sinais.

Sintomas de alerta

Os sintomas de um glioma podem variar bastante de acordo com a localização do tumor, o seu tamanho e a velocidade de crescimento. Em alguns casos, eles aparecem de forma lenta e discreta, o que pode atrasar o diagnóstico. Já em tumores mais agressivos, os sinais tendem a surgir rapidamente e com maior intensidade.

Estar atento a essas manifestações é essencial para buscar avaliação médica precoce.

Principais sinais e sintomas:

Dor de cabeça persistente

  • Um dos sintomas mais comuns, geralmente mais intensa ao acordar ou após períodos prolongados de sono.
  • Pode vir acompanhada de náuseas e vômitos, resultado do aumento da pressão dentro do crânio (pressão intracraniana).
  • Diferente da enxaqueca, essa dor costuma piorar progressivamente e não melhora facilmente com analgésicos comuns.

Crises convulsivas

  • As convulsões podem ser o primeiro sinal de alerta, especialmente em gliomas de baixo grau.
  • Elas ocorrem devido à irritação elétrica no tecido cerebral próximo ao tumor.
  • Podem variar desde crises discretas (como movimentos involuntários em uma parte do corpo) até convulsões generalizadas, com perda de consciência.

Alterações motoras e sensoriais

Dependendo da região cerebral afetada, podem surgir:

  • Fraqueza ou dormência em um lado do corpo (hemiparesia);
  • Dificuldade para andar ou manter o equilíbrio, com risco de quedas;
  • Alterações visuais, como visão dupla, perda parcial da visão ou pontos cegos;
  • Problemas na fala, como dificuldade em encontrar palavras, articular frases ou compreender diálogos.

Outros sinais possíveis

  • Náuseas e vômitos, especialmente durante a manhã
  • Mudanças de personalidade, como agressividade repentina ou isolamento social;
  • Tonturas e vertigens frequentes;
  • Sonolência excessiva ou episódios de confusão mental.

Diagnóstico: exames essenciais

O diagnóstico de um glioma combina avaliação clínica, exames de imagem e testes laboratoriais para confirmar o tipo e orientar o tratamento.

  • Histórico clínico e exame neurológico: primeira etapa, onde o médico avalia sintomas, reflexos, visão, fala, equilíbrio e força muscular.
  • Exames de imagem: a ressonância magnética é o método mais indicado para identificar e caracterizar o tumor; a tomografia pode ser usada em situações emergenciais ou como exame complementar.
  • Biópsia: confirma o diagnóstico ao analisar o tecido tumoral, determinando o tipo celular e o grau de agressividade.
  • Testes moleculares: identificam alterações genéticas, ajudando a prever o comportamento do tumor e a definir terapias mais adequadas.

Esse conjunto de exames garante maior precisão no diagnóstico e permite uma abordagem personalizada para cada paciente.

pessoa fazendo tomografia

Tratamentos disponíveis

O tratamento do glioma é definido de forma individualizada, considerando o tipo do tumor, grau de agressividade, localização no cérebro ou medula e estado geral do paciente. Em muitos casos, a combinação de terapias oferece melhores resultados.

Cirurgia

O objetivo é realizar a remoção máxima segura do tumor, sem comprometer funções vitais como fala, visão ou movimentos. Para isso, os médicos podem utilizar técnicas como:

  • Neuroimagem intraoperatória (ressonância ou tomografia durante a cirurgia);
  • Mapeamento cerebral funcional, que ajuda a preservar áreas críticas do cérebro.

Quanto maior a remoção, maiores as chances de controle da doença e de melhora nos sintomas.

Radioterapia e quimioterapia

Após a cirurgia, é comum indicar tratamentos adjuvantes:

  • Radioterapia: aplica feixes de radiação direcionados ao tumor para eliminar células restantes e reduzir o risco de recidiva.
  • Quimioterapia: o medicamento mais utilizado é a temozolomida, especialmente no tratamento do glioblastoma. Esse fármaco potencializa os efeitos da radioterapia e contribui para aumentar a sobrevida média dos pacientes.

Em alguns casos, quando a cirurgia não é viável, rádio e quimio podem ser usadas como terapias principais.

Prognóstico e recuperação

O prognóstico varia amplamente. Tumores de baixo grau e menos agressivos têm melhor sobrevida, especialmente em pacientes jovens. No caso dos glioblastomas, a sobrevida média é limitada, mas pode ser estendida com tratamento combinado.

Qual especialista procurar em caso de glioma?

Diante de sintomas suspeitos, como dores de cabeça persistentes, convulsões ou alterações neurológicas, o primeiro passo é procurar um neurologista. Esse profissional realiza a avaliação clínica inicial, solicita exames de imagem e identifica sinais que possam indicar a presença de um tumor cerebral.

Uma vez confirmado ou fortemente suspeitado o diagnóstico de glioma, o tratamento passa a envolver uma equipe multidisciplinar:

  • Neuro-oncologista: médico especializado em tumores do sistema nervoso central, responsável por definir estratégias de tratamento oncológico.
  • Neurocirurgião: indicado para avaliar a possibilidade de remoção cirúrgica do tumor. Utiliza técnicas avançadas para minimizar riscos e preservar funções neurológicas.
  • Oncologista clínico: acompanha tratamentos complementares, como quimioterapia ou terapias-alvo.
  • Radioterapeuta: planeja e aplica sessões de radioterapia, ajustando doses e técnicas para reduzir danos ao tecido saudável.

Esse trabalho conjunto é essencial para garantir um tratamento seguro, individualizado e mais eficaz.

O glioma é um tumor cerebral sério, mas quanto mais cedo for identificado, maiores são as chances de um tratamento eficaz. Ficar atento aos sinais de alerta e procurar acompanhamento médico especializado faz toda a diferença para controlar a doença e preservar a qualidade de vida.

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