O novo coronavírus tem cura?
Nos últimos meses a principal pauta em conversas, jornais e dentro do governo é uma só: coronavírus. A Covid-19, como foi batizada a nova doença que vem do vírus corona, vem se espalhando mundo afora de forma alarmante, causando milhares de mortes e hospitalizações.
Até o dia 21 de março já são mais de 300 mil casos ao redor do globo, somando-se quase 13 mil mortes. Entretanto, também existem quase 95 mil pessoas que se recuperaram do Covid-19. Em meio a tudo isso muitos se perguntam: o novo coronavírus tem cura?
A resposta é um tanto contraditória: sim e não. E para entender melhor o porquê dessa aparente falta de sentido explicamos a seguir o motivo de uma resposta tão confusa.
É possível se recuperar do Covid-19?
A resposta para a pergunta do título é: sim. É possível se recuperar da nova doença que vem assolando o planeta, assim como 95 mil pessoas já fizeram até o dia 21 de março. No entanto, isso irá depender do nível dos sintomas aos quais você irá desenvolver e ao tratamento que irá receber para eles.
Grande parte das pessoas infectadas pelo novo coronavírus desenvolvem sintomas leves da doença, semelhantes ao de uma gripe ou resfriado. Isso faz com que o tratamento seja igualmente parecido, fazendo assim com que repouso, beber bastante água e medicações funcionais para a gripe possam ser aplicadas.
Entretanto, para aqueles que desenvolvem sintomas mais graves irão depender de internação, aparelhos respiratórios e muitos deles podem chegar a óbito.
Seja pela gravidade da situação, especialmente se forem de grupos de risco, ou falta de capacidade do sistema de saúde local pelo número excessivo de casos.
Entenda mais sobre o noco COVID-19:
Com o tratamento correto e a depender dos sintomas é perfeitamente possível que você se recupere da doença, assim como mais de noventa mil pessoas já o fizeram. Mas, isso não tira dela o fator de risco, especialmente se você faz parte do grupo mais vulnerável ao Covid-19.
Existem remédios ou vacinas para o Covid-19?
Para essa pergunta a resposta é: não. Não existem curas farmacológicas para o Covid-19; por isso em partes se diz que não, não existe uma cura para o novo coronavírus.
Pesquisas estão sendo feitas em diversos países, sendo que China, Estados Unidos e Europa são alguns dos que têm aparentemente avançado mais rápido nos estudos.
A descoberta de uma vacina que funcione para imunizar a população para o Covid-19 se tornou uma corrida, não apenas para o lucro com as vendas, mas também de segurança nacional em uma questão de saúde pública mundial.
Cientistas de todo o mundo criaram bancos de dados onde compartilham informações sobre mudanças, sintomas e evolução do novo coronavírus. Eles buscam através disso descobrirem quais medicamentos já existentes podem ser mais eficazes contra a doença e ajudarem os laboratórios a encontrar uma fórmula para novos medicamentos.
É possível termos uma vacina para o Covid-19?
Os líderes mundiais de laboratórios farmacêuticos de todo o mundo fizeram recentemente uma reunião com representantes da OMS (Organização Mundial de Saúde) onde debateram sobre a criação de uma vacina. Nela, apesar de demonstrarem estarem tendo avanços na criação de uma, foi deixado claro que ela pode levar no mínimo de um ano a um ano e meio.
Apesar de cada país e grupo de cientistas poderem buscar por componentes diferentes para a criação dessa vacina todos os laboratórios seguem uma mesma linha de trabalho. Os testes que serão feitos são semelhantes e já conhecidos a todos aqueles que trabalham com esse tipo de medicamento.
Testes clínicos, que é quando os medicamentos começam a serem testados em determinados pacientes, já começaram a serem feitos em alguns países, como a China. No entanto, estes testes costumam ter três ou quatro fases e encontram muitas falhas antes de estarem prontos para serem produzidos.
A segurança da vacina em um uso maciço em humanos é uma das principais preocupações dos desenvolvedores e um dos fatores que faz com que a finalização dela possa levar vários meses. Assim como, obviamente, a garantia de que ela irá funcionar contra a doença.
Quando perfeitamente testadas e garantida a segurança para que as pessoas possam receber as vacinas elas ainda levarão um tempo de alguns meses para serem produzidas em massa. E, considerando o nível de epidemia mundial, cada país produtor terá uma grande quantidade que será primeiramente distribuída a população local.
Sendo assim, países que acabam não tendo uma produção científica, investimento em pesquisa e cientistas especializados em grande número podem ficar para trás na criação e no recebimento de medicações em momentos como esse.
Existe remédio que combate coronavírus?
Médicos e cientistas em todos os países onde o novo coronavírus já chegou, além de outros que se preparam para ele, observam quais medicamentos já existentes podem surtir mais efeito para o tratamento e a cura do Covid-19.
Entre eles ficou popular o uso de Paracetamol, por exemplo. Isso acontece porque os sintomas do Covid-19 vem de uma infecção, que pode causar febre. Medicamentos como dipirona ou paracetamol são recomendados para esse tipo de sintoma.
Já outros medicamentos como Ibuprofeno e Cortisona foram recentemente colocados pela OMS como medicamentos que devem ser evitados ou usados com cautela. No caso do ibuprofeno isso acontece porque médicos perceberam que o uso dele em determinados pacientes podem ter causado a piora dos sintomas.
As pesquisas ainda não preliminares e não conclusivas, mas alguns especialistas apontam para a possibilidade do uso excessivo desse medicamento facilitar para que o vírus entre nas células saudáveis do paciente e cause mais riscos.
Já o cortisona pode afetar o sistema imunológico do paciente, que já fica debilitado pela entrada do coronavírus no organismo.
Tem se popularizado na internet informações de que alguns medicamentos usados por pacientes em tratamento contra a malária e o HIV também funcionam contra o Covid-19. Apesar delas serem reais médicos e farmacêuticos pedem que as pessoas tenham cuidado e consciência e NÃO comprem de maneira irresponsável esses medicamentos.
Apesar deles terem funcionado para muitos pacientes eles podem funcionar de maneira diferente caso a caso e dependendo dos sintomas. Além de que, pacientes das próprias doenças para as quais foram feitas os medicamentos, malária e HIV, tem ficado sem as medicações e até mesmo correndo risco de vida por isso.
Fake news e a popularização de falsos medicamentos
Com a preocupação e grande quantidade de informações que surgem diariamente, especialmente à medida que os números crescem ao redor do mundo, muitas notícias falsas são criadas sobre o Covid-19. Entre elas estão métodos de tratamento, remédios e vacinas que teoricamente podem curar ou impedir a doença.
Uma que se tornou popular recentemente é o uso de vacinas feitas para tratar de doenças causas por coronavírus em animais, como cachorros, cavalos e gatos. Elas, apesar de serem feitas para um tipo de coronavírus NÃO FUNCIONAM EM HUMANOS.
Isso acontece porque, além do organismo desses animais serem diferentes, o tipo de vírus também o é. Coronavírus é uma família viral onde existem diversos tipos de doenças, e entre elas existem as que adoecem humanos e OUTRAS que adoecem animais.
Sendo assim, mesmo que a família viral seja a mesma, a doença é diferente, causa sintomas diferentes e mudanças diferentes no nosso organismo. Nosso sistema imunológico não irá ser imunizado por essas vacinas, já que a doença não é a mesma.
Além do mais, o sistema de testes e segurança de vacinas e medicamentos feitos para animais são diferentes das feitas para humanos. Essas vacinas, além de não serem eficazes, também não serão seguras para o nosso uso.
Outras sugestões que acabaram ficando populares como gargarejo com vinagre e sal, beber água a cada quinze minutos, ficar horas ao sol, comer alho, receita com própolis e até mesmo usar cocaína em grandes quantidades também são FALSAS.
A melhor maneira de se prevenir contra o Covid-19 é seguindo as orientações de especialistas e órgãos oficiais da saúde. As principais delas são: o isolamento físico para evitar ter contato com pessoas possivelmente infectadas ou as quais você possa transmitir o vírus e cuidados com a higiene pessoal e do ambiente no qual vive.
Como se prevenir contra o Covid-19?
A principal recomendação de médicos, cientistas, órgãos de saúde e todos os representantes que estão monitorando e criando métodos para controlar essa crise de saúde mundial é: ficar em casa.
Afastamento físico é essencial para impedir que o novo coronavírus se espalhe ainda mais. Evitar aglomerações, ambientes públicos com grande passagem de pessoas, reuniões e visitas é, além de uma recomendação de saúde, um ato de responsabilidade para que o espalhamento do Covid-19 não aumente.
Ao sentir os sintomas leves da doença, como coriza, cansaço, congestão nasal e febre leve, fique em casa. A ida aos hospitais onde estão pessoas já doentes e com imunidade baixa pode fazer o coronavírus se espalhar ainda mais, ou, em caso de você não tê-lo contraído, acabar fazendo com que o pegue.
A recomendação médica principal é que ao ter sintomas leves o paciente se mantenha hidratado, em repouso e em caso de febre e dores leves tome medicamentos já utilizados para esses sintomas.
Veja esse vídeo do Antonio Sproesser:
Caso seja necessário tente contatar um médico de maneira virtual ou por ligação. São vários os profissionais que têm se disposto e tirarem dúvidas e fazerem consultas via redes sociais ou telefone nesse momento de crise.
Já em casos de sintomas mais graves, como falta de ar, pontas dos dedos e boca arroxeados, tosse seca, catarro com pus e febre alta é extremamente necessário que o paciente procure o centro de saúde mais próximo.
Se possível vá até ele usando máscara de proteção e avise os profissionais de saúde sobre o que sente ao chegar no local.
Quem é o mais afetado?
Não há idade certa para se contrair o Covid-19. Crianças e jovens não estão a salvo, mesmo que normalmente os sintomas possam ser mais leves.
Mas, mesmo que esse grupo tenha chances menores de acabarem vindo a óbito ainda podem precisar de internação, algo que ajuda a sobrecarregar ainda mais o sistema de saúde que já pode estar no limite ao tratar as pessoas de grupos de risco.
Idosos e pessoas que tenham doenças crônicas como câncer, diabetes, problemas cardíacos e respiratórios são as principais vítimas do novo coronavírus. Além de desenvolverem sintomas graves mais facilmente e precisarem de tratamento intensivo também correm mais risco de virem a óbito.
Para evitar mais mortes e pessoas doentes é essencial seguir as recomendações. Se for possível fique em casa, lave as mãos e tome todas as medidas que estiverem ao seu alcance para manter a higiene necessária.