Baixa produção de leite materno – O que acontece, como saber se o bebê está se alimentando bem e o que fazer?
São poucos os casos, mas não é incomum quando há baixa produção de leite materno ou a falta dele. O problema conhecido como hipogalactia, a condição pode ser causada por diversas situações e é motivo de grande estresse e preocupação para as mães.
A causa mais comum entre elas é o bebê ter dificuldade da pega do peito, o que prejudica a extração de leite na mamada. A pega correta serve de estímulo natural indicando ao corpo que o leite está sendo consumido e então é preciso produzir mais.
Mas além destes, algumas mães têm dificuldade em produzir leite materno suficiente devido a motivos médicos ou por problemas cotidianos. Leia a matéria até o fim e entenda mais sobre esse problema.
Leia também: Até quantas semanas o bebê pode nascer de parto normal?
O que dificulta a produção de leite materno?
- Ansiedade, desconforto e dor: Muitas mães sentem dor ao amamentar e estresse por serem cobradas, sem ter nenhum tipo de apoio. Todos esses fatores podem inibir a produção de ocitocina e causar a baixa produção de leite materno.
Ocitocina é o hormônio responsável pela ejeção do leite e a sua baixa produção pode prejudicar a amamentação. Além disso, o estresse pode diminuir a produção de leite.
- Pouco descanso e privação de sono: Durante a madrugada ocorre o pico de produção da prolactina (hormônio que estimula a produção de leite pelas glândulas mamárias).
Portanto, dormir mal e não descansar o suficiente influencia na baixa produção de leite materno.
- Má alimentação: Alimentar-se bem é fundamental para uma boa produção de leite. A mãe que amamenta tem maiores necessidades energéticas, então não deve fazer dietas.
A alimentação deve ser rica em nutrientes, com gorduras boas como ômega 3, fibras e vitaminas como ferro, vitamina D e vitamina B12. Em alguns casos, acaba sendo necessária a suplementação sob orientação médica.
- Baixo consumo de água: O leite materno é composto de aproximadamente 86% de água, portanto sempre que o bebê mama, uma certa quantidade de água do organismo é usada.
Para repor a água perdida, a mãe deve beber cerca de 2,7L de água diariamente, além de consumir água através dos alimentos. A quantidade varia muito de pessoa para pessoa e deve-se considerar as individualidades de cada pessoa.
Doenças que podem causar a baixa produção do leite materno:
- Baixo desenvolvimento da mama: Doenças que afetam o desenvolvimento do tecido mamário podem influenciar na produção de leite. Na puberdade o desenvolvimento mamário inicia e só termina quando a mulher se torna lactante, portanto algum problema nesse período pode gerar dificuldades na produção de leite no futuro.
- Cirurgia de redução de mama: Em alguns casos, o tipo de técnica usada pelo cirurgião pode eliminar parte do tecido mamário e afetar os dutos, prejudicando a produção e a saída de leite do peito.
- Problemas na tireoide: A tireoide é responsável pela produção do hormônio T3, que influência na ação da prolactina.
Portanto, distúrbios da tireoide podem bagunçar a produção hormonal e influenciar diretamente na produção de leite materno.
- Síndrome do Ovário Policístico (SOP): A SOP, em alguns casos, pode influenciar na produção dos hormônios necessários para a produção de leite materno, desequilibrando e prejudicando a amamentação.
Como saber se o bebê está mamando o suficiente?
É muito comum o bebê não ingerir leite o suficiente nos primeiros dias de vida.
Entre as causas principais estão a dificuldade de pegar a mama ou não estar mamando com frequência suficiente por tempo necessário, portanto, não tente seguir um horário e sim, realizar a amamentação por demanda – amamentar sempre que a criança sentir fome.
Alguns sinais mostram que o bebê pode não estar recebendo leite o bastante e é importante ter atenção sobre eles:
- Perda de peso constante (principalmente entre o 5º e 6º dia após o nascimento);
- Fraldas molhadas ou sujas com pouca frequência;
- Desidratação (urina escura, boca seca e rejeitando mamada).
Se o bebê apresentar qualquer um destes sintomas, deve-se consultar imediatamente o pediatra para orientação.
O que a mãe pode fazer quando não produz leite?
Algumas medidas podem tomadas caso ache que está com baixa produção leite materno:
- Observe se o bebê está fazendo a pega corretamente.
- Deixe o bebê mamar sempre e pelo tempo que ele quiser. Preste atenção aos sinais de fome.
- Espere o bebê soltar naturalmente o peito. Só então, e se o peito parecer mais leve, ofereça o outro seio.
- Evite o uso de chupeta, para que ele passe bastante tempo sugando e estimulando o seio e, não se atrapalhe com a pega.
- Não complemente a amamentação com fórmulas infantil, somente quando for orientação do pediatra. Se a fome do bebe for saciada com a fórmula, ele não irá exigir tanto das mamas e a produção de leite diminuirá.
- Tente ordenhar mais leite depois de cada mamada, pois quando o seio fica totalmente vazio, a produção de leite é estimulada.
- Consuma bastante água, já que a hidratação é importante para a produção de leite.
Muitas mãe recorrem ao uso de chás, fitoterápicos e extratos vegetais, mas tudo, antes do consumo, deve ser supervisionado pelo pediatra ou o ginecologista.
Mas afinal, o que fazer quando a produção do leite é pouca?
Caso desconfie ou perceba que o bebê não esteja recebendo leite o bastante, busque ajuda especializada de um consultor em aleitamento, especialista em amamentação ou banco de leite da sua região.
O profissional irá avaliar se há a baixa produção de leite materno e observar a mamada, para então ver se o bebê pega bem a mama e ingere leite suficiente.
Esse acompanhamento é importante pois, para aumentar a eficiência da mamada, pode ser sugerido um ajuste na posição de amamentação ou na forma como o bebê pega a mama, além de outras orientações importantes.
Se mesmo com todas as recomendações, o leite não saciar a fome da criança, deve-se consultar um pediatra para uma possível suplementação com fórmula infantil.
Por tanto, é essencial que a mãe seja acompanhada por um médico. Somente o profissional pode realizar o correto diagnóstico e indicação do procedimento ideal para solução do problema.