Burnout e saúde emocional no trabalho.
Só em 2023, a síndrome de Burnout levou mais de 400 trabalhadores a pedirem afastamento pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O aumento, que significa mais de 1000% em relação a 2014, ainda está cercado de desafios, entre eles o de comprovar o quadro.
É possível que você já tenha ouvido falar sobre a síndrome de Burnout, que também é conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional. De maneira resumida, essa síndrome se manifesta com o distúrbio emocional relacionado ao estresse, exaustão e esgotamento físico no ambiente de trabalho.
Apesar de ser bastante comum, a maioria das empresas não tem conhecimento do que pode ser feito para cuidar do bem-estar de seus funcionários enquanto estão presentes no ambiente de trabalho.
Por isso, desenvolvemos esse conteúdo com algumas informações sobrea Síndrome de Burnout e outras dicas do que pode ajudar na rotina profissional. Leia até o final e saiba mais!
+ Para saber mais, veja também: Terapia psicológica: Quando buscar ajuda médica?
O que é síndrome de Burnout?
Segundo o Ministério da Saúde, Burnout é uma palavra de origem inglesa, que significa algo que deixou de funcionar por falta de energia. O termo passou a ser relacionado à exaustão extrema sempre relacionada ao trabalho do indivíduo.
Entre as principais causas do Burnout estão:
- Alta demanda de serviço;
- Pressão de superiores;
- Excesso e acúmulo de funções;
- Outras situações relacionadas ao trabalho.
A síndrome de Burnout é muito comum em profissionais que trabalham sob pressão constante, e toda essa situação resulta em uma depressão profunda, que requer acompanhamento médico.
Por isso, é muito importante ressaltar que a condição é um distúrbio mental que impacta diretamente na saúde emocional, podendo provocar até mesmo sintomas físicos no paciente.
Quais os 3 pilares da síndrome de Burnout?
De acordo com o estudo de Camargo Koga et.Al, a síndrome de Burnout se sustenta em três pilares. São eles:
- Exaustão emocional;
- Despersonalização;
- Realização profissional.
Os pesquisadores avaliaram 804 professores de educação básica de Londrina, entre 2012 e 2013. Além do ambiente hostil, também foram detectadas as poucas oportunidades dos professores em poderem expressar suas opiniões no trabalho, o que culminou o desencadeamento da baixa realização profissional.
O que motivou o aumento de afastamentos pela síndrome de Burnout?
Em entrevista realizada pela BBC News Brasil, os especialistas relataram que três fatores podem explicar o aumento nos diagnósticos por síndrome de Burnout, sendo eles:
- Maior divulgação de informações sobre os sintomas da síndrome de Burnout;
- Reconhecimento oficial da síndrome pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como uma síndrome ocupacional;
- Maior pressão e estresse acumulados no ambiente organizacional, que desencadeia vários transtornos e síndromes.
Por ter sido uma síndrome amplamente divulgada, acredita-se que 40% das pessoas dentro dos ambientes organizacionais sofram com esse quadro. Até o momento, os números oficiais foram levantados pelo próprio INSS, que recebeu os pedidos de afastamento do trabalho.
Síndrome de Burnout sintomas: veja os mais comuns
É importante conhecer alguns dos sintomas mais comuns da síndrome de Burnout para buscar apoio médico, psicológico e até mesmo psiquiátrico. Boa parte desses sintomas não estão diretamente relacionados ao quadro, o que pode dificultar o diagnóstico.
Além disso, os sintomas da síndrome de Burnout podem surgir paulatinamente, aumentando a intensidade com o tempo. Infelizmente, a ideia que essa exaustão extrema seja só passageira agrava ainda mais o quadro.
Veja alguns dos sintomas frequentes da síndrome de Burnout, de acordo com o site do Ministério da Saúde:
- Exaustão extrema, física e mental;
- Alterações no apetite;
- Insônia e desânimo;
- Disfunção sexual;
- Autoestima baixa;
- Imunodeficiência;
- Irritabilidade e agressividade;
- Alterações de humor e isolamento;
- Pensamentos negativos constantes;
- Sentimentos de fracasso e insegurança;
- Sentimentos de derrota e incompetência;
- Dor de cabeça frequente e dores musculares;
- Problemas gastrointestinais (estômago e intestino);
- Dificuldades para se concentrar e lapsos de memória;
- Aumento da pressão arterial e dos batimentos cardíacos.
Como é feito o diagnóstico do Burnout?
Entretanto, apesar dos sintomas listados, a recomendação é sempre ter a avaliação de um médico especialista, como um psiquiatra e/ou um psicólogo. Somente esses profissionais podem ajudar a identificar o problema e orientar o melhor tratamento a ser seguido, de acordo com cada caso.
Apesar da avaliação médica ser recomendada para identificar o quadro, a maioria das pessoas ainda se recusam a buscar ajuda médica, seja porque não sabem que estejam enfrentando o quadro ou por não conseguirem identificar os sintomas.
Essa incapacidade de reconhecer o problema pode levar a pessoa a negligenciar a situação e agravar ainda mais o quadro.
Em caso de necessidade, você encontra suporte no Sistema Único de Saúde (SUS) da sua cidade. A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) está apta a oferecer, de forma gratuita, o acompanhamento completo, desde o diagnóstico até o tratamento medicamentoso.
Veja como cuidar da sua saúde mental.
Em quais profissões o Burnout é mais comum?
A grande maioria são de profissionais que enfrentam dupla jornada de trabalho, devido à precarização dos direitos trabalhistas. Mas entre esse público, são as mulheres as mais afetadas, já que não basta apenas lidar com as demandas laborais, ainda existe a pressão de cuidar da família e dos filhos, muitas vezes, sem o apoio dos companheiros.
Algumas das profissões que são mais comuns serem acometidas por Burnout são:
- Jornalistas;
- Advogados;
- Professores;
- Psicólogos;
- Policiais;
- Bombeiros;
- Carcereiros;
- Oficiais de Justiça;
- Assistentes sociais;
- Atendentes de telemarketing;
- Bancários;
- Executivos;
- Profissionais da saúde em geral, principalmente médicos e enfermeiros.
Boa parte desses profissionais dedicam-se mais ao trabalho, devido às próprias demandas, e terminam esquecendo de se “desligarem” da empresa. Seria algo como se o profissional vivesse em constante estado de alerta, o que termina provocando a exaustão física e mental.
Qual é o tratamento para a síndrome de Burnout?
O tratamento da síndrome pode ser feito com o uso de medicamentos para tratar os sintomas. Contudo, o Burnout requer que a pessoa faça terapia e seja acompanhada por um médico constantemente.
Além disso, é muito importante que o paciente receba o apoio da rede de familiares, amigos e colegas de trabalho, para que a recuperação seja completa. Sendo assim, é preciso refazer alguns hábitos e atitudes, com o intuito de evitar que a condição continue causando danos.
Outras opções altamente recomendadas, é a adoção de atividades físicas e de hábitos saudáveis como uma dieta equilibrada, meditação e exercícios de respiração.
Mesmo com todas as recomendações, é importante que você siga o tratamento estipulado pelo seu médico à risca. Essa medida deve ser adotada para evitar que você tenha recaídas que possam vir a provocar um agravamento dos sintomas.
Como prevenir a síndrome de Burnout?
O melhor tratamento da síndrome de Burnout é evitar que ela chegue a acontecer, de fato. Por isso, a prevenção do Burnout deve ser levada a sério. Algumas recomendações são:
- Quando não estiver no trabalho, participe de atividades que lhe proporcionem prazer;
- Defina pequenas metas para sua vida profissional e pessoal, mas se lembre de não exagerar nos objetivos;
- Evite estar com pessoas negativas e que falam mal do trabalho e de outras pessoas;
- Converse sobre seus sentimentos;
- Não abuse de álcool, tabaco ou outras drogas ilícitas;
- Fuja da rotina diária e pratique atividades diferentes;
- Descanse. Seu corpo e a sua mente precisam para se recuperar e iniciar uma nova jornada;
- Nunca se automedique, busque uma opinião médica.
As empresas podem ajudar os colaboradores a cuidar da saúde emocional?
A melhor forma de contribuir para o bem-estar físico e emocional dos colaboradores, é a adaptação. Ou seja, as empresas devem saber lidar com as diferentes situações quem envolvem seus funcionários e a eficiência na produção.
Além disso, oferecer programas de saúde é uma excelente opção. Para isso, pode-se formar convênios com clínicas especializadas em psicologia e psiquiatria. Em outros casos, vale contratar um profissional da área para atuar dentro da empresa, realizando atendimentos internos.
O cuidado com a saúde mental é fundamental para o bom convívio entre colaboradores na área de trabalho. Sendo assim, além de buscar por opções que ajudem a diminuir o estresse, busque a orientação de um profissional na área.
Perguntas frequentes
Exaustão emocional, despersonalização e baixa realização pessoal.
Sintomas incluem cansaço extremo, irritabilidade, insônia, queda de produtividade e sensação constante de incapacidade.
Incluem a necessidade de se provar, dedicação excessiva, negligência das próprias necessidades, deslocamento de conflitos, revisão de valores, negação de problemas, retraimento, mudanças comportamentais, despersonalização, vazio interior, depressão e colapso físico/mental.
Burnout é uma síndrome de estresse crônico relacionado ao trabalho. Tem cura, com tratamento adequado que inclui terapia, mudança de hábitos e, em alguns casos, medicação.
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