Colonoscopia: tudo o que você precisa saber antes de fazer
A colonoscopia é um exame essencial para avaliar a saúde intestinal. Apesar do receio comum, esse procedimento é rápido, seguro e pode salvar vidas. Ele permite diagnosticar e tratar doenças graves, como o câncer de intestino, ainda em fase inicial.
A seguir, você vai entender tudo o que precisa saber antes de realizar uma colonoscopia: como ela funciona, para que serve, quando deve ser feita, como se preparar e o que esperar do exame.
O que é a colonoscopia?
A colonoscopia é um exame que permite visualizar, em tempo real, o interior do intestino grosso (cólon) e a parte final do intestino delgado. Isso é feito por meio de um aparelho chamado colonoscópio — um tubo longo, fino e flexível com uma câmera e uma fonte de luz na ponta, que transmite imagens para um monitor.
Esse exame é utilizado tanto para diagnóstico quanto para tratamento. Ou seja, além de identificar alterações como pólipos, inflamações e tumores, também é possível remover essas lesões ou fazer biópsias durante o próprio procedimento.
Para que serve a colonoscopia?
O principal objetivo do exame é investigar a saúde da mucosa intestinal e identificar alterações que, muitas vezes, não causam sintomas visíveis em estágio inicial.
Veja as principais finalidades do exame:
Diagnóstico e prevenção do câncer colorretal
O câncer de intestino é um dos mais frequentes no Brasil, mas também um dos mais evitáveis. A colonoscopia permite identificar pólipos — pequenas lesões benignas que podem evoluir para tumores malignos com o tempo.
Quando detectados precocemente, esses pólipos podem ser removidos durante o próprio exame, interrompendo o processo antes que o câncer se desenvolva. Por isso, a colonoscopia é considerada a melhor forma de prevenir o câncer colorretal.
Investigação de sintomas gastrointestinais
Quando o paciente apresenta sinais como sangue nas fezes, alterações no hábito intestinal (diarreia ou constipação crônica), dores abdominais persistentes ou perda de peso inexplicada, o médico pode solicitar uma colonoscopia para esclarecer o que está acontecendo. O exame ajuda a identificar desde inflamações até lesões mais complexas.
Avaliação de doenças inflamatórias intestinais
Pacientes com suspeita ou diagnóstico de doenças como retocolite ulcerativa ou doença de Crohn precisam de acompanhamento contínuo. A colonoscopia permite avaliar a extensão da inflamação, monitorar a resposta ao tratamento e detectar possíveis complicações, como estreitamentos ou sangramentos.
Realização de procedimentos terapêuticos
A colonoscopia não é apenas um exame de imagem. Ela também é terapêutica, pois permite que o médico trate determinadas condições durante o próprio procedimento. Entre as intervenções mais comuns estão a remoção de pólipos (polipectomia), a cauterização de vasos sangrantes e a coleta de amostras para biópsia.
Quando a colonoscopia é indicada?
A colonoscopia não é indicada apenas para quem apresenta sintomas. Mesmo pessoas sem queixas devem realizar o exame como forma de prevenção, especialmente a partir dos 45 anos. Isso porque essa é a idade recomendada para iniciar o rastreamento do câncer colorretal, um dos tumores mais comuns e com alto potencial de cura quando detectado precocemente.
O exame deve ser repetido a cada 10 anos, desde que não haja achados relevantes e que o paciente esteja fora do grupo de risco elevado. Porém, essa frequência pode mudar de acordo com o histórico familiar ou outros fatores individuais.
Quem deve fazer colonoscopia antes dos 45 anos?
Se você tem parentes de primeiro grau (pais, irmãos ou filhos) com histórico de câncer de intestino, pode ser necessário começar o rastreamento mais cedo — geralmente aos 40 anos ou 10 anos antes da idade em que o familiar foi diagnosticado, o que vier primeiro.
Além do fator genético, outras condições também aumentam o risco de doenças intestinais, e exigem atenção especial:
- Obesidade
- Tabagismo
- Consumo excessivo de álcool
- Alimentação rica em carnes processadas e pobre em fibras
- Sedentarismo
- Histórico de pólipos em exames anteriores
- Doenças inflamatórias intestinais crônicas
A colonoscopia também é indicada quando há sintomas
Em pessoas de qualquer idade, a colonoscopia pode ser solicitada para investigar sintomas que sugerem alterações intestinais importantes. Os sinais mais comuns incluem:
- Sangue nas fezes, mesmo em pequenas quantidades
- Dor abdominal constante ou que piora com o tempo
- Alterações persistentes no hábito intestinal, como diarreia ou prisão de ventre prolongadas
- Perda de peso sem causa aparente
- Anemia inexplicada, especialmente se for ferropriva (por deficiência de ferro)
- Sensação de evacuação incompleta ou urgência frequente para evacuar
Esses sintomas nem sempre indicam algo grave, mas merecem investigação. O exame permite uma análise detalhada da mucosa intestinal, ajudando a esclarecer o que está por trás desses desconfortos.
Como é feita a colonoscopia?
A colonoscopia é um procedimento simples, rápido e, acima de tudo, seguro. Para garantir conforto total durante o exame, o paciente recebe sedação por via intravenosa. Assim, permanece dormindo durante todo o processo e não sente dor ou desconforto.
Com o paciente sedado, o médico introduz um aparelho fino e flexível — chamado colonoscópio — pelo ânus. Esse equipamento possui uma microcâmera na ponta, que transmite imagens em tempo real para um monitor. A partir daí, o especialista consegue visualizar detalhadamente todas as paredes internas do intestino grosso e a parte final do intestino delgado, conhecida como íleo terminal.

O exame dura, em média, de 20 a 40 minutos, dependendo da complexidade do caso e da necessidade de intervenções. Após a finalização, o paciente permanece em repouso na sala de recuperação por cerca de 1 a 2 horas, até que os efeitos da sedação passem completamente.
Em geral, não há necessidade de internação. O paciente pode ir para casa no mesmo dia, desde que acompanhado por um adulto responsável, já que não é possível dirigir ou operar máquinas após o uso de sedativos.
Como é o preparo para a colonoscopia?
O preparo é fundamental para o sucesso do exame. O intestino precisa estar completamente limpo para que o médico visualize bem a mucosa.
Veja como se preparar:
- 2 a 3 dias antes: evite alimentos com fibras, grãos e cascas.
- Na véspera: consuma apenas líquidos claros (água, chá, caldo coado, gelatina sem corante vermelho).
- Laxantes: tome conforme orientação médica. Manitol e Dulcolax são os mais usados.
- Jejum absoluto: de 6 a 8 horas antes do exame.
Alguns medicamentos devem ser suspensos. Porém, é importante ter orientação médica, especialmente em caso de uso de anticoagulantes e remédios para diabetes.
Colonoscopia com biópsia: como funciona?
Durante a colonoscopia, o médico analisa atentamente toda a mucosa do intestino. Se ele identificar alguma área suspeita — como lesões, úlceras, inflamações ou alterações na coloração da parede intestinal — pode realizar uma biópsia na mesma hora.
A biópsia consiste na retirada de um pequeno fragmento de tecido da região que apresentou alteração. Esse material é coletado com instrumentos específicos que passam pelo próprio colonoscópio, sem necessidade de cortes ou procedimentos invasivos adicionais. O paciente permanece sedado e não sente dor nem desconforto durante essa etapa.
Depois da coleta, o profissional coleta o fragmento, armazena em um frasco com solução e o envia ao laboratório de patologia. Lá, um médico patologista analista as células para identificar alterações como:
- Infecções intestinais crônicas ou agudas
- Presença de células cancerígenas
- Processos inflamatórios, como colite ou doença de Crohn
- Displasias (alterações celulares que podem evoluir para câncer)
Essa análise é essencial para confirmar diagnósticos, definir o tratamento e até evitar procedimentos desnecessários.
Geralmente, o resultado da biópsia fica pronto em poucos dias e o médico que o solicitou avalia o resultado. Com base no laudo, ele orienta os próximos passos, que podem incluir acompanhamento, novos exames ou início do tratamento.
Colonoscopia x Retossigmoidoscopia: qual a diferença?
Muitas pessoas confundem a colonoscopia com a retossigmoidoscopia, já que ambos os exames analisam o intestino. No entanto, cada um tem indicações, alcance e objetivos diferentes.
Colonoscopia: exame mais completo
A colonoscopia examina todo o intestino grosso, desde o reto até o ceco, e ainda consegue visualizar o início do intestino delgado (íleo terminal). Por isso, é um exame mais completo.
Retossigmoidoscopia: exame mais limitado
Já a retossigmoidoscopia é um exame mais simples, que avalia apenas o reto e o cólon sigmoide — porção final do intestino grosso. É indicada para investigar sintomas localizados nessa região, como:
- Sangramentos retais
- Dor ou desconforto anal
- Suspeitas de inflamações no reto
O procedimento pode ser feito sem sedação, e dura menos tempo. No entanto, por alcançar uma área menor, ele não substitui a colonoscopia quando o objetivo é fazer uma avaliação completa do intestino.
Quais são os riscos da colonoscopia?
Como mencionamos, a colonoscopia é um exame considerado muito seguro, especialmente quando realizado por profissionais experientes e com preparo adequado. No entanto, como qualquer procedimento médico, ela pode apresentar alguns riscos, mesmo que sejam pouco frequentes.
Principais riscos associados à colonoscopia
- Sangramento: pode ocorrer principalmente após a retirada de pólipos ou realização de biópsias. Na maioria das vezes, esse sangramento é leve e controlado durante o próprio exame. Em casos mais raros, pode surgir algumas horas ou dias depois.
- Reações à sedação: algumas pessoas podem apresentar queda de pressão, náuseas, alergias leves ou sonolência prolongada após o uso dos sedativos. Por isso, é fundamental permanecer em observação até a recuperação completa.
- Perfuração intestinal: trata-se de uma complicação rara, mas grave, que acontece quando o aparelho causa uma ruptura na parede do intestino. Essa situação exige atenção imediata e, em alguns casos, cirurgia corretiva.
Colonoscopia tem contraindicações?
Nem todos os pacientes estão aptos a realizar o exame de imediato. Em algumas situações clínicas, o risco pode superar o benefício, e o médico precisa avaliar com cuidado o melhor momento ou até mesmo buscar alternativas.
Quando a colonoscopia não é recomendada?
O exame pode ser contraindicado — temporária ou permanentemente — em casos como:
- Infarto do miocárdio recente: o esforço físico e os efeitos da sedação podem sobrecarregar o coração em fase de recuperação.
- Insuficiência cardíaca ou pulmonar descompensada: essas condições aumentam o risco de complicações durante a sedação.
- Perfuração intestinal suspeita ou confirmada: o exame pode agravar o quadro e deve ser evitado até que o paciente seja estabilizado.
- Paciente em hemodiálise: a preparação com laxantes e o jejum prolongado exigem cuidados adicionais para evitar desidratação ou desequilíbrio eletrolítico.
- Distúrbios de coagulação não controlados: o risco de sangramento durante o exame é maior, especialmente se houver necessidade de biópsia ou retirada de pólipos.
Exames complementares à colonoscopia
Embora a colonoscopia seja um dos exames mais completos para investigar o intestino grosso, em algumas situações ela não é suficiente para esclarecer totalmente o diagnóstico ou avaliar regiões de difícil acesso — especialmente o intestino delgado.
Nesses casos, o médico pode solicitar exames complementares, que ajudam a aprofundar a investigação e garantir um diagnóstico mais preciso.
Quando é necessário complementar a colonoscopia?
- Quando o exame não consegue alcançar determinadas áreas do intestino
- Quando há suspeita de lesões no intestino delgado (que a colonoscopia tradicional não alcança)
- Quando os sintomas persistem mesmo com uma colonoscopia normal
- Quando o preparo intestinal não foi eficaz e comprometeu a visualização
- Quando o paciente tem contraindicação para sedação ou o exame convencional
Quais exames podem ser indicados?
Veja os principais exames que complementam ou substituem a colonoscopia em situações específicas:
Cápsula endoscópica
Esse exame utiliza uma pequena cápsula com câmera, que o paciente engole como um comprimido. À medida que ela percorre o trato digestivo, registra milhares de imagens.
Enteroscopia
Trata-se de uma endoscopia especializada, que examina o intestino delgado com mais profundidade. Pode ser feita por via oral ou anal, com sedação
Tomografia computadorizada de abdome e pelve
Esse exame de imagem fornece uma visão ampla da cavidade abdominal. De maneira geral, é útil para detectar massas, tumores, espessamentos de alças intestinais ou sinais de inflamação.
Ressonância magnética do abdome (ou enteroressonância)
Oferece imagens detalhadas, sem uso de radiação. É especialmente útil para avaliar doenças inflamatórias, como Crohn, e pode identificar fístulas, abscessos e inflamações em profundidade.
Quanto custa uma colonoscopia?
O valor pode variar entre R$ 800 e R$ 2.000, dependendo da cidade, clínica e se há biópsia. Muitos planos de saúde cobrem o exame. Para quem busca agendamento particular, vale pesquisar clínicas confiáveis com estrutura adequada.
A colonoscopia é um exame completo, seguro e indispensável para prevenir doenças intestinais. Realizá-la no momento certo pode evitar complicações graves, como o câncer de intestino — um dos que mais mata no Brasil.
Se você tem 45 anos ou mais, ou apresenta sintomas intestinais, fale com seu médico. Agende o exame e cuide da sua saúde com antecedência.
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